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Análise

Sobrecarregar a Alemanha é um grande risco para toda a Europa

GIDEON RACHMAN
DO “FINANCIAL TIMES”

Em visita ao "Financial Times" duas semanas atrás, Luis de Guindos, o ministro da Economia espanhol, previu que "a batalha pelo euro será travada na Espanha".

Com a decisão espanhola de aceitar assistência internacional para salvar os bancos do país, a batalha começou. Há muito em jogo. Em artigo no "Financial Times", Niall Ferguson e Nouriel Roubini alertam para o risco de a Europa estar "perigosamente próxima" de "repetir os desastres dos anos 30".

Como na década de 30, um conflito na Espanha passou a ser crucial para o conflito mais amplo quanto ao destino da Europa. Não vai demorar para que uma brigada internacional de economistas keynesianos parta para a Catalunha. Uma vez mais, a Alemanha fica com o papel de vilã no drama pan-europeu.

É claro que ninguém questiona as credenciais democráticas da Alemanha moderna. Apenas as porções mais extremistas da imprensa alemã comparam a chanceler Angela Merkel a Adolf Hitler.

O governo Merkel não descartou em definitivo títulos unificados para a zona do euro ou um sistema de garantia de depósitos que cubra toda a União Europeia.

Mas argumenta que esses passos só podem ser dados como parte de um projeto maior -a formação de uma união política.

Qualquer outra coisa seria como dar ao sul da Europa o cartão de crédito da Alemanha, e sem estabelecer limites de gastos.

Isolar e criticar Berlim e tentar forçar os alemães a bancar os sistemas financeiros de toda a zona do euro é um caminho politicamente perigoso. A ascensão dos nacionalistas de extrema direita na Grécia ou na Holanda é profundamente lamentável. Que o mesmo acontecesse na Alemanha seria um desastre.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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