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Avião de guerra turco é abatido pela Síria, diz Ancara

Damasco argumenta que caça sobrevoava território sírio; incidente pode acirrar tensões entre os dois países

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Turquia acusou a Síria de ter abatido ontem sobre o mar Mediterrâneo um avião militar turco, próximo à fronteira entre os dois países.

Um porta-voz militar citado pela agência de notícias estatal síria Sana confirmou o abate e justificou dizendo que o caça F4 havia invadido espaço aéreo nacional.

O incidente deve somar mais tensão às relações entre Ancara e Damasco, que têm se deteriorado desde que a revolta contra o ditador Bashar Assad começou, em 2011.

Horas após o incidente, a Síria havia se adiantado e pedido desculpas pelo abatimento do caça.

Mas o premiê Recep Tayyip Erdogan reagiu com moderação, afirmando não era possível ter certeza do ocorrido.

Foi apenas após reunião com o gabinete de segurança que Ancara divulgou a nota: "Como resultado de informações obtidas da avaliação de nossas instituições em questão e das operações de busca e resgate na Síria, entende-se que nosso avião foi derrubado pela Síria".

Ancara disse ainda que decidirá como responder ao incidente uma vez que os detalhes sejam conhecidos.

As Forças Armadas turcas perderam o contato com o F4 ontem cedo enquanto ele sobrevoava o Mediterrâneo após ter decolado da base de Erhac.

Segundo a Síria, o avião foi abatido a 10km da costa da província de Latakia.

Erdogan afirmou que navios e helicópteros turcos, em cooperação com a guarda costeira síria, faziam ontem buscas pelos dois pilotos, cujo estado é desconhecido.

Antiga aliada da Síria, a Turquia se voltou contra o regime de Assad quando este reprimiu com violência a revolta no país. A Turquia abriga cerca de 32 mil refugiados sírios e permite que o rebelde Exército Livre Sírio opere a partir de seu território.

Ontem, a mídia estatal síria afirmou que "grupos terroristas armados" sequestraram e mataram 25 civis na província de Aleppo (norte).

Segundo ativistas, forças rebeldes mataram 26 supostos membros da milícia fantasma shabbiha.

Kofi Annan, enviado especial da Liga Árabe e da ONU, disse que chegou a hora de o mundo exercer maior pressão para por fim à violência.

A ONU informou que 1,5 milhão de sírios precisam de ajuda humanitária urgente, mas que o recrudescimento do conflito impede que eles sejam alcançados.

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