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Diferença de gênios marca relação de Dilma com Patriota

Ministro não foi 1ª escolha para o Itamaraty; presidente queria uma mulher no posto, mas não aprovou nenhuma

Para observadores, falta à presidente o apelo que FHC e Lula, seus antecessores, tinham no exterior

DE WASHINGTON

Para os conhecedores da dinâmica entre Dilma Rousseff e Antonio Patriota, a dureza da presidente, contrastada à suavidade do ministro das Relações Exteriores, passou a afetar a relação.

Um dos primeiros nomes apresentados para o cargo, Patriota não foi a primeira escolha. Dilma queria uma mulher no posto, mas não achou quem a satisfizesse.

A seu favor, ele tinha o perfil mais discreto que o do antecessor, Celso Amorim, e a afinidade intelectual, descoberta nas passagens dela por Washington quando era ministra e ele, embaixador.

Patriota é também o primeiro chanceler brasileiro a falar mandarim, e a China é prioridade para Dilma (sem afinidade natural com outros chefes de Estado, ela elegeu o dirigente chinês Hu Jintao, pelo pragmatismo, seu parceiro preferido).

Descrito como "inteligente" e "preparado" por seus subordinados, o ministro das Relações Exteriores passou a frustrá-los pela falta de uma posição mais altiva.

SEM APELO

A dureza de Dilma Rousseff na diplomacia extrapola o gabinete. Falta a ela o apelo que tinham seus antecessores no exterior, de acordo com observadores ouvidos pela reportagem.

A química entre Luiz Inácio Lula da Silva e George W. Bush, ou Fernando Henrique Cardoso e Bill Clinton, e o poder de atração dos dois na Europa sempre foram evidentes.

No briefing com Barack Obama durante sua visita aos EUA, em abril, a presidente não escondeu a irritação com o protocolo adotado pelos americanos, que optaram por um evento com os dois líderes sentados no Salão Oval, e não em pé nos jardins da Casa Branca, como reservado a aliados de mais peso.

Nas salas de negociações com outros líderes, fica pouco à vontade para falar. Segundo uma fonte, em uma delas começou a ler um pronunciamento preparado e logo perdeu a atenção dos presentes para seus smartphones.

Colaborou NATUZA NERY, de Brasília

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