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Regime fecha cerco a Aleppo e cria temor de massacre

Rebeldes dizem que há uso de armas químicas

DO ENVIADO A AL BAB

No sexto dia de luta por Aleppo, no norte da Síria, rebeldes disseram ontem controlar metade da cidade.

O regime do ditador Bashar Assad reage, porém, com forte bombardeio nessa cidade, a mais populosa do país. Há temor de que o Exército esteja preparando uma ofensiva violenta nos próximos dias.

Bashir, um dos comandantes rebeldes, admitiu preocupação com as informações de que dezenas de tanques estão a caminho de Aleppo. "Há risco de sermos cercados", disse, com a confiança abalada pela primeira vez desde o início da ofensiva.

Outros continuavam a esbanjar confiança. Abdelaziz Salama, líder do conselho revolucionário de Aleppo, gravou uma mensagem para ser divulgada na TV Al Jazeera pedindo a cooperação dos moradores da cidade e oferecendo uma chance às forças do regime para se render.

"Bashar Assad está se preparando para fugir da Síria. E vocês?", disse ele na mensagem, gravada diante da reportagem da Folha na cidade de Tal Rafat, cerca de 40 km ao norte de Aleppo.

A comunidade internacional manifestou-se com temor a respeito da situação na Síria. "A preocupação é que vejamos um massacre em Aleppo", afirmou Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.

Laurent Fabius, chanceler francês, pediu que Rússia e China previnam um "banho de sangue" -ambos vetaram resoluções contra a Síria no Conselho de Segurança da ONU.

Ativistas colocaram na internet um vídeo que, dizem, dá provas do uso de armas químicas em Homs. A imagem mostra uma fumaça alaranjada durante confronto.

Em Al Bab, ativistas contam que o Exército ameaçou usar armas químicas caso um capitão não fosse liberado para sair em segurança do cerco rebelde. Segundo eles, há relatos de médicos de que moradores da região apresentaram sintomas de armas químicas após inalarem gases.

Uma mulher teria morrido, mas a Folha não pôde comprovar essa informação.

O médico Ali Saloum, voluntário em um ambulatório improvisado no subsolo de uma mesquita de Al Bab, desconhece. Ele diz ter atendido secretamente mais de cem feridos em ataques, mas jamais viu sinais de armas químicas.

Ativistas afirmam que houve ontem 114 mortes na Síria.

Com agências de notícias

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