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Chanceler de Assad vai ao Irã em busca de apoio

SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

O ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Mouallem, disse ontem durante visita ao aliado Irã que a suposta vitória das tropas de Bashar Assad contra rebeldes em Damasco prenuncia a derrota final dos insurgentes.

"Em menos de uma semana, [os rebeldes] foram derrotados [na capital] e sua luta fracassou. Eles então se deslocaram até Aleppo e eu garanto a vocês que seus complôs irão falhar", afirmou ao lado do colega iraniano, Ali Akbar Salehi, em Teerã.

Mouallem se referia à retomada pelas tropas oficiais de vários bairros de Damasco controlados por insurgentes nos últimos dias.

"A Síria está mais forte", disse o chanceler sírio, que acusou Qatar, Arábia Saudita, Turquia e "países de fora da região" de orquestrarem um complô contra Assad.

Foi a primeira aparição pública do ministro desde que um atentado a bomba em Damasco matou quatro altos dirigentes do regime sírio, há duas semanas.

Mouallem insistiu em que Damasco ainda apoia o plano de paz proposto por Kofi Annan, emissário das Nações Unidas e da Liga Árabe para o conflito sírio.

Mas o plano de cessar-fogo que previa retirada das tropas sírias das áreas mais povoadas e cessação da violência por parte dos rebeldes é amplamente considerado um esforço fracassado.

SUPORTE

Em mais uma demonstração de apoio incondicional do Irã ao regime sírio, Salehi afirmou que a ideia de uma transição de poder na Síria é "uma ilusão".

Além de suporte político e diplomático, o governo iraniano fornece armas, dinheiro e mantimentos para aliviar a pressão sobre o regime sírio, segundo diversos relatos de imprensa.

Teerã encara Damasco como parceiro na frente de resistência aos interesses ocidentais e israelenses no Oriente Médio.

O governo de Bashar Assad é o duto que permite encaminhar armamentos aos grupos Hizbollah, no Líbano, e Hamas, em Gaza.

Analistas e diplomatas afirmam que o Irã apoia a Síria de olho na própria sobrevivência, já que a eventual queda de Bashar Assad poderia incentivar inimigos da república islâmica a acelerar planos de mudança de regime em Teerã.

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