Criticado por dados nebulosos, Irã adere a sistema de estatística do FMI

Criticado pela suposta pouca credibilidade das estatísticas oficiais, o Irã vai aderir a um sistema integrado global para a divulgação e o tratamento de dados econômicos, sociais e demográficos.

A partir de segunda-feira o governo vai integrar o Sistema Geral de Disseminação de Dados (GDDS, na sigla em inglês), ferramenta do Fundo Monetário Internacional (FMI) que visa aumentar a transparência e a abertura econômica dos países.

A participação no GDDS é feita a partir da adesão voluntária de cada Estado.

Ao se tornar o 103º país a integrar o sistema, o Irã será obrigado a adotar critérios padronizados para a produção de estatísticas.

Teerã deverá também divulgar publicamente com mais frequência seus dados macroeconômicos e sociodemográficos.

A adesão ao GDDS supõe ainda um maior alinhamento às diretrizes liberais e às recomendações do FMI, que colocará peritos à disposição do governo iraniano.

O presidente do Banco Central do Irã, Mahmud Bahmani, disse que o governo está comprometido em "usar as melhores práticas internacionais" em estatísticas.

O GDDS foi criado em 1997 para padronizar a emissão de dados oficiais e a avaliação da abertura econômica dos países-membros do FMI.

Governos que aderem ao GDDS podem, em seguida, ser promovidos ao Sistema Especial de Disseminação de Dados, que reúne os países mais inseridos no mercado mundial de capitais, entre eles, o Brasil e as principais economias desenvolvidas.

O governo do Irã foi acusado reiteradas vezes de ser pouco transparente e confiável na divulgação de dados econômicos, inclusive em relação à taxa de inflação -oficialmente em 30%, mas amplamente tida como superior a 40%.