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NY acusa banco de lavar dinheiro do Irã

Autoridades investigam Standard Chartered por ocultação de mais de US$ 250 bilhões em 60 mil transações

Instituição britânica corre o risco de perder licença para operar com moeda americana no Estado de Nova York

DA REUTERS

Uma subsidiária do banco britânico Standard Chartered violou as leis americanas de combate à lavagem de dinheiro ao conspirar com o Irã para ocultar mais de US$ 250 bilhões em transações e pode perder sua licença para operar no Estado de Nova York.

Benjamin Lawsky, superintendente do Departamento Estadual de Serviços Financeiros de Nova York, afirmou que a instituição faturou centenas de milhões de dólares em comissões ao conspirar com o governo iraniano para ocultar cerca de 60 mil transações, de 2001 a 2010, realizadas apesar das sanções vigentes contra Teerã.

Ele citou importante executivo do Standard Chartered em Londres que, quando alertado por um colega americano de que as transações do banco com o Irã poderiam "causar danos catastróficos à sua reputação", teria respondido: "Seus americanos de merda. Quem são vocês para dizer a nós, no resto do mundo, que não podemos negociar com os iranianos?".

Lawsky disse que a subsidiária do banco londrino foi "aparentemente auxiliada" pela consultoria Deloitte & Touche, que está sob fiscalização do Federal Reserve (o BC dos EUA) e de outras agências por violações anteriores.

"Em resumo, o Standard Chartered operou como instituição renegada", acrescentou Lawsky. Não está claro se há outras companhias sob investigação pelo mesmo caso.

Em nota, o banco contestou a avaliação do Estado de Nova York e diz que ela não é um "retrato preciso" dos fatos. A Deloitte & Touche e o Fed não responderam a pedidos de comentários. A embaixada iraniana em Washington também não comentou.

INQUÉRITOS

As acusações são as mais recentes em uma série de inquéritos de autoridades americanas que demonstram que bancos podem ter transferido dólares sistematicamente a países alvos de sanções.

As licenças bancárias estaduais de Nova York permitem que bancos estrangeiros operem um serviço de compensação no Estado para lidar com suas transações em dólar americano. Sem um sistema central como esse, um banco poderia ficar fora dos mercados de dólares.

A perda de uma licença bancária nos EUA seria uma punição sem precedentes.

(JONATHAN STEMPEL E CARRICK MOLLENKAMP)

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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