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Análise

Rivais, sauditas e iranianos terão de conversar sobre guerra

JANE KINNINMONT
DO "GUARDIAN"

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, foi visitar a Arábia Saudita em um momento crucial para o conflito na Síria.

Poucos podem nutrir otimismo sobre as chances de uma saída diplomática. A maioria dos analistas prevê que o levante contra a ditadura vai, cada vez mais, assumir os contornos de uma guerra civil sectária.

Boa parte da discussão sobre a política ocidental em relação à Síria agora diz respeito aos riscos de uma falência prolongada do Estado em um futuro pós-Bashar Assad.

Dentro do mundo árabe, a discussão sobre a Síria está ficando mais e mais polarizada segundo linhas ideológicas, na medida em que a importância estratégica do país para as grandes potências regionais parece estar obscurecendo as coincidências entre as reivindicações dos manifestantes sírios e seus correlatos em outros países.

A visita de Ahmadinejad -confirmada por um assessor- é um fato raro.

A última vez em que ele visitou a Arábia Saudita foi em 2007, quando os países do golfo estavam se esforçando tanto para aproximar-se do Irã que o Qatar chegou a convidar Ahmadinejad para participar da cúpula anual do Conselho de Cooperação do Golfo (a organização regional que representa as seis monarquias árabes do golfo, fundada em 1981 em parte em resposta à suposta ameaça da revolução iraniana).

Foi na Síria que o confronto saudita-iraniano ficou mais pronunciado e perigoso. A maioria dos indícios sugere mais conflito, não solução diplomática. Mas, no campo altamente personalizado da política saudita, um convite pessoal do rei tem importância simbólica.

No Líbano, em 2008 e 2009, o confronto entre a Aliança 14 de Março, apoiada pelos sauditas, e a Aliança 8 de Março, apoiada pelo Irã, em alguns momentos pareceu que poderia levar à retomada do conflito civil. Mas as facções rivais recuaram e negociaram acordos de partilha do poder.

Isso seria muito mais difícil na Síria, mas o custo do conflito é tão alto que quaisquer opções diplomáticas merecem ser exploradas.

Tradução de CLARA ALLAIN

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