Terremotos na região noroeste do Irã deixam ao menos 180 mortos

Dois fortes terremotos no noroeste do Irã deixaram ontem ao menos 180 mortos e 1.500 feridos, segundo a mídia iraniana.

A tragédia, que devastou dezenas de cidades e aldeias, expõe o risco constante enfrentado pela população do país, um dos mais expostos a tremores por estar situado sobre várias falhas geológicas.

Autoridades deixaram claro que o número de vítimas deve aumentar porque muitas pessoas continuam sob os escombros e equipes de resgates têm dificuldade em chegar em algumas áreas.

Segundo o centro sismológico iraniano, os dois sismos, de magnitude 6,2 e 6 ocorreram com alguns minutos de intervalo por volta das 17h (9h30 no horário de Brasília).

O epicentro está situado nos arredores de Tabriz, uma das maiores cidades iranianas, localizada longe das centrais nucleares do país.

Construída sobre edificações fortes e com prédios modernos, Tabriz não teve muitas vítimas e escapou de maiores danos.

Muito mais atingidas foram as cidades na volta, algumas das quais ficaram totalmente destruídas.

Segundo relato de testemunhas, moradores de toda a região saíram às ruas em meio a um clima de pânico e desespero. Emissoras de TV mostram pessoas acampadas em parques e praças.

RÉPLICAS

Autoridades pediram à população que passasse a noite a céu aberto devido ao temor de réplicas.

O território do Irã é cortado por falhas sísmicas que causam movimentos de placas diários. A maioria não é sentida pela população, mas alguns foram devastadores.

Mais de 25 mil pessoas morreram no terremoto que arrasou a cidade de Bam (sudeste), em 2003. Tragédia ainda maior ocorreu em 1990, quando um sismo no oeste do país deixou 37 mil mortos.

Especialistas temem que algum terremoto de grande magnitude atinja Teerã, capital com 10 milhões de habitantes e construções caóticas nos bairros mais pobres.