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Calote na Espanha chega a nível recorde

Em junho, taxa subiu para 9,42% do total de empréstimos realizados pelas instituições financeiras do país

Ministro da Finlândia admite que governo já trabalha com plano para caso de colapso da moeda única

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

O índice de inadimplência de créditos bancários na Espanha chegou em junho ao maior nível desde o início da série histórica, em 1962, segundo dados divulgados ontem pelo Banco da Espanha (banco central do país).

A taxa de créditos em atraso foi a 9,42% da carteira das instituições financeiras da Espanha, correspondendo a € 164,360 milhões. Em maio, o índice era de 8,95%.

O aumento de € 8,387 milhões de um mês para o outro é o segundo pior da série do Banco da Espanha, ficando atrás só de julho de 2009, já com a crise, quando o volume de créditos inadimplentes cresceu € 9,346 milhões.

Além disso, os depósitos caíram 6,59% em comparação com junho do ano passado, a maior queda anual já registrada na Espanha e um sinal de desconfiança quanto ao setor bancário local.

No mês de junho, o governo do premiê Mariano Rajoy decidiu pedir socorro financeiro às autoridades europeias com a intenção de recapitalizar o setor bancário do país. O pacote de empréstimo pode chegar a € 100 bilhões.

A alta na inadimplência em junho faz com que a Espanha acumule 15 meses consecutivos de aumentos no volume de recursos de difícil recuperação para os bancos, e atinge níveis maiores do que quando estourou a bolha imobiliária, ao fim de 2007.

A ascensão do desemprego na Espanha, com o maior índice da zona do euro, e sua recessão fazem com que o mercado siga desaquecido.

Apesar das notícias de ontem, a Bolsa de Madri subiu. A taxa de risco continuou a cair, o que ocorre desde que Rajoy mostrou estar disposto a pedir um novo pacote de socorro para toda a economia.

FINLÂNDIA

Em entrevista ao jornal "Daily Telegraph", o ministro de Relações Exteriores da Finlândia causou polêmica ao afirmar que seu país já trabalha com um plano de contingência para o caso de um colapso da moeda única.

Erkki Tuomioja declarou: "Isso é o que todas as pessoas estão pensando em todos os lugares. Mas há um consenso de que o rompimento da zona do euro custaria mais a curto e médio prazo do que lidar com a crise. Acrescento, contudo, que o fim do euro não significa o fim da União Europeia, e pode até fazê-la funcionar melhor".

A Finlândia é uma das aliadas da Alemanha, maior economia do continente, na defesa da adoção de mais medidas de austeridade para países em crise.

O ministro de Assuntos Europeus e Comércio Exterior, Alexander Stubb, negou que as palavras de Tuomioja representem a opinião do governo e declarou que a Finlândia está "100% comprometida com o euro".

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