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EUA e Japão vão à OMC contra Argentina Washington e Tóquio acusam o governo Cristina de adotar medidas protecionistas para restringir importação À entidade de comércio, governo americano diz que sistema argentino é "pouco transparente"; Argentina quer revidar LUCIANA COELHODE WASHINGTON Os EUA entraram ontem com um pedido de consultas -o primeiro passo de um processo- contra a Argentina na Organização Mundial do Comércio, acusando o governo Cristina Kirchner de restringir importações e dando início ao que pode virar uma longa guerra comercial. O Japão fez uma solicitação semelhante, e a Argentina ameaçou revidar com um pedido de consultas contra os EUA a respeito de supostos entraves à carne bovina e aos produtos cítricos argentinos no país. Em maio, a União Europeia já havia reclamado da Argentina à OMC. "As medidas protecionistas da Argentina têm efeito adverso sobre um segmento amplo da indústria americana, que exporta bilhões de dólares por ano a esse país", disse o representante comercial dos EUA (ministro do comércio exterior), Ron Kirk. Os americanos acusam os argentinos de frearem a entrada de seus produtos desde que adotaram, em fevereiro, um sistema pelo qual os pedidos de licença de importação devem ser submetidos à Secretaria do Comércio Interior e avaliados caso a caso. Os países afetados e os setores industriais argentinos que importam peças afirmam que a medida criou um gargalo de meses. Os EUA definem o processo de licenças como "pouco transparente" -as decisões cabem ao secretário Guillermo Moreno, próximo a Cristina- e "injusto". Contestam ainda uma suposta exigência argentina de contrapartida em exportações para liberar a importação. Em seus discurso, Kirk usa o caso na OMC no contexto eleitoral, alegando defender "empregos americanos". Em março, 40 países (incluindo EUA, Japão e vários europeus) haviam reclamado dos procedimentos argentinos à OMC, soando o alarme. Segundo a organização, Washington e Tóquio alegam que as medidas de Buenos Aires não encontram base nos acordos da entidade. O governo argentino, que vê motivação política no processo americano, vem se tornando um protagonista na organização em Genebra. Ontem, segundo o jornal "Clarín", ameaçou pedir consultas contra os EUA, acusando-os de fechar as portas à sua carne bovina usando barreiras fitossanitárias. No último dia 17, abriu um processo na entidade contra a União Europeia por causa de supostas barreiras espanholas a seu biocombustível. O pedido de consulta abre formalmente uma disputa na OMC e dá às partes 60 dias para negociar uma solução. Se a negociação fracassar, a queixa é remetida a um painel de solução de controvérsias na OMC, no qual uma resposta final pode levar anos. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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