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Catalunha solicita ajuda ao governo central da Espanha

Historicamente hostil a Madri, região autônoma não tem como fazer frente a uma dívida de € 5,7 bilhões

Temor quanto ao futuro da economia espanhola pode ser percebido pela queda no total de depósitos nos bancos

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

O governo regional da Catalunha oficializou ontem o pedido de socorro financeiro de € 5 bilhões ao governo central da Espanha. Os recursos serão transferidos por meio de fundo para recapitalizar regiões autônomas em crise.

A Catalunha é historicamente uma das regiões mais hostis ao governo central.

O porta-voz do Executivo local, Francesc Homs, fez questão de afirmar que não aceitará "condições políticas" em troca do resgate.

A região tem o maior PIB (Produto Interno Bruto) dentre as 17 regiões autônomas da Espanha: ao fim de 2011, era de € 210,15 bilhões -maior que Portugal (€ 170 bilhões). Mesmo assim, não conseguiria pagar dívidas de € 5,775 bilhões que vencem nos próximos meses sem o aporte de recursos do governo central.

Homs afirmou que o socorro catalão é diferente do pedido de ajuda feito pela Espanha às autoridades europeias para recapitalizar os bancos.

"Pedir um resgate à Europa e recorrer ao Estado espanhol são duas coisas diferentes, porque o dinheiro que pedimos é o que os próprios catalães pagam e que o governo espanhol gere. No caso da Europa, não é o dinheiro dos espanhóis, mas de outros países", comentou o porta-voz.

O temor quanto ao futuro da economia espanhola pode ser percebido pela queda nos depósitos bancários.

Dados divulgados ontem pelo Banco Central Europeu (BCE) mostram que, em julho, houve redução de 4,7% no volume de recursos depositados por família e empresas. Hoje, há € 1,508 trilhão em depósitos nos bancos, o menor nível desde meados de 2008, no início da crise.

Além disso, uma revisão nos dados de variação do PIB espanhol divulgada ontem pelo Instituto Nacional de Estatísticas mostrou que o país mergulhou um trimestre antes do anteriormente divulgado em recessão econômica (definida por dois trimestres consecutivos de contração).

Com os novos dados, o PIB espanhol começou a sofrer contração no terceiro trimestre do ano passado -que inicialmente registrara estagnação, e não nos últimos três meses do ano. Esse é o segundo período de recessão vivido pela Espanha desde 2008.

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