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BC japonês segue os de EUA e Europa e estimula a economia

Instituição amplia compra de títulos do governo para injetar dinheiro no país e conter a valorização do iene

Banco do Japão aponta pausa no crescimento interno; para analistas, BC enfim reconheceu situação de risco grave

BEN MCLANNAHAN
DO “FINANCIAL TIMES”, EM TÓQUIO

O Banco do Japão respondeu às recentes medidas do Fed (BC dos EUA) e do Banco Central Europeu com novo pacote de estímulo, alertando sobre a desaceleração na economia global e uma "pausa" no crescimento do país.

O banco central japonês ampliará seu programa de aquisição de ativos -sua principal ferramenta de política monetária, porque os juros já estão próximos de zero- em cerca de 10 trilhões de ienes (US$ 126 bilhões), para 80 trilhões de ienes.

Ao comprar títulos que estão no mercado, o órgão injeta mais dinheiro na economia japonesa. Mas parte desses recursos poderá migrar para países como o Brasil, apreciando o real e encarecendo as exportações brasileiras.

Haverá a aquisição de mais 5 trilhões de ienes em títulos de curto prazo do governo e de valor similar em títulos de longo prazo. O prazo para concluir as aquisições também será estendido de junho de 2013 até o fim desse ano.

"O Banco do Japão agiu com mais vigor do que antecipávamos", disse Jun Azumi, o ministro das Finanças japonês, acrescentando que a decisão do BC foi tomada no momento oportuno.

A maioria dos analistas acreditava que o BC japonês, relativamente conservador, postergaria medidas de relaxamento até o final de outubro, quando a instituição atualizará suas projeções anuais de crescimento e inflação.

Meia hora depois do anúncio de ontem, o iene caía 0,6% diante do dólar, cotado a 79,17 ienes, sua marca mais baixa do mês. As ações da Bolsa de Tóquio subiram 1%.

"As medidas foram bem recebidas e já deveriam ter sido tomadas", disse Shogo Fujita, do Bank of America Merrill Lynch. "O Banco do Japão estava muito otimista quanto ao crescimento, enquanto o mercado rebaixava tudo. Agora, reconheceram que os riscos são mais graves."

Para analistas, a medida visa conter a força do iene, que influencia adversamente as empresas do Japão porque diminui o valor em ienes de seus ganhos no exterior. O rendimento menor dos títulos pode reduzir os atrativos da moeda como refúgio contra a insegurança econômica.

"A principal mensagem que a decisão de hoje oferece é que o Banco do Japão seguiu a tendência mundial do Fed e do BCE", disse Junko Nishioka, do banco RBS.

Mas ela acrescenta que estender a conclusão do programa de compra de ativos pode não bastar para enfraquecer fundamentalmente o iene.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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