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Na Argentina, secretário faz ofensa a manifestantes

Guillermo Moreno (Comércio Interior) reagiu a protesto na frente de sua casa

Estudantes de Harvard questionam Cristina Kirchner sobre cerco ao dolar e liberdade de expressão na Argentina

SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES

O secretário de Comércio Interior argentino, Guillermo Moreno, disse ontem que as pessoas que batiam panelas diante de sua casa poderiam enfiá-las "no cu".

A frase gerou reação forte de opositores ao governo de Cristina Kirchner.

Os protestos, que ocorreram anteontem, foram motivados pela denúncia de uma despachante de aduana que teria sido insultada e ameaçada pelo secretário.

Moreno tem fama de autoritário e aparece em reuniões com empresários com luvas de boxe ou portando armas. É um dos principais membros da alta cúpula do governo.

Por suas mãos passam as decisões sobre travas às importações, o controle da compra de dólares e o comércio bilateral com o Brasil.

No último domingo, o programa do jornalista Jorge Lanata, transmitido pelo canal aberto do Grupo Clarín, levou ao ar uma entrevista com Paula De Conto, uma funcionária aduaneira que disse ter sido ameaçada por Moreno após sido chamada a seu escritório para dar explicações sobre seu vínculo com uma empresa brasileira.

Os manifestantes que se reuniram na frente da casa de Moreno levavam cartazes acusando-o de corrupto, machista e autoritário.

Em nota, a Casa Rosada defendeu o secretário, dizendo que ele está sendo ameaçado de morte.

"Os protestos são promovidos por um grupo que, pela internet, está difundindo uma montagem que mostra Moreno num caixão com uma bala no rosto."

ESTUDANTES

A presidente Cristina Kirchner enfrentou perguntas espinhosas de um grupo de jovens estudantes de Harvard, ontem à noite, nos EUA.

A maioria argentinos, eles perguntaram sobre a liberdade de expressão na Argentina, o cerco ao dólar, as acusações de enriquecimento ilícito e a possibilidade de uma re-reeleição da presidente.

Cristina saiu-se bem em todas as respostas. Ela refutou as afirmações de que não fala com a mídia. "Falo com jornalistas todos os dias", reafirmou. E pôs-se a defender a aplicação integral da lei de mídia, aprovada em 2009, mas ainda não completamente em vigor.

Sobre as denúncias de enriquecimento ilícito, declarou que sempre havia tido "uma certa posição econômica" e que a Justiça já havia julgado a causa.

Com relação à re-reeleição, disse que esse tema não estava previsto na Constituição e que depois das coisas que haviam ocorrido em sua vida pessoal, referindo-se à morte de seu marido e antecessor, Néstor Kirchner, ela já não fazia mais planos.

Sobre o dólar, disse que o "cerco cambiário" era uma construção da mídia opositora. "A Argentina é o segundo país do mundo que tem mais dólares, não há nenhum cerco ao dólar."

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