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Chávez muda seu vice e faz mistério sobre substituto

Elias Jaua, atual ocupante do cargo, disputará governo do Estado de Miranda

Função é importante em razão do estado de saúde do presidente, que faz tratamento contra um câncer

FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A CARACAS

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou ontem que seu atual vice-presidente, Elias Jaua, será candidato a governador nas eleições de dezembro.

O anúncio foi feito ontem em entrevista coletiva no Palácio Miraflores, a primeira desde a vitória nas urnas no domingo, quando ganhou mais seis anos no poder (até o ano de 2019).

Na Venezuela, o cargo de vice-presidente é de livre nomeação do governo, e não eleito ao lado do mandatário, como no Brasil.

Chávez, que trata um câncer, não anunciou quem será seu novo vice -ou seja, quem o substituiria caso não tenha condições de saúde de exercer a Presidência.

O novo titular do cargo deve ser anunciado nos próximos dias. Jaua pode deixar o posto ainda nesta semana.

Em quase 14 anos na Presidência, Chávez já nomeou sete vice-presidentes -alguns acumularam a função com outros ministérios- e não houve longos períodos com o posto sem titular.

De acordo com a Constituição, se Chávez for obrigado a deixar a Presidência até o quarto ano de seu novo mandato (que se inicia em 2013), nova eleição presidencial deve ser convocada em 30 dias.

Se a ausência ocorrer no biênio final do mandato de seis anos, é o vice que completa o período de mandato.

NOMES COTADOS

Jaua, 42, ex-professor universitário e considerado um "duro" ideológico, ganhou mais espaço no governo e mais holofotes na imprensa oficial quando Chávez iniciou o tratamento contra o câncer, em junho passado.

No período, o ministro das Relações Exteriores, Nicolás Maduro, consolidou-se como um íntimo colaborador do presidente, o que o torna cotado como provável ocupante da vaga de vice.

Outro nome mencionado é o do veterano jornalista José Vicente Rangel, 83, que ocupou o cargo entre 2002 e 2007.

Jaua tem até sexta-feira para se inscrever formalmente como candidato a governador do Estado estratégico de Miranda, o segundo mais populoso do país, que abarca parte da Grande Caracas.

A campanha propriamente começa no dia 20 de outubro, e as eleições acontecem em 16 de dezembro.

Chávez quer recuperar o poder em Miranda, hoje governado pelo candidato derrotado à Presidência, Henrique Capriles. "Parece que Capriles agora quer disputar o governo de Miranda. Agora ele vai ter que brigar com o Jaua", disse o presidente.

O oposicionista disse ontem que ainda não havia decidio sobre concorrer à reeleição em Miranda e afirmou que a decisão seria divulgada "nas próximas horas".

SÍRIA E LÍBIA

Na entrevista coletiva de ontem, Chávez disse ter derrotado não apenas Capriles no domingo, mas uma "coalizão internacional".

Acusou aliados estrangeiros dos opositores de bombardearem o país com chamada telefônicas pedindo votos para oposição.

Desidratou o tom conciliador adotado para tratar com a oposição desde domingo e disse que seus adversários querem impor a agenda, não negociá-la.

Disse que não fará "pacto com as elites", mas convidou os opositores a enviarem sugestões para o plano de governo "socialista" que apresentará em janeiro.

No plano externo, o presidente, que contou ter conversado por telefone com a presidente brasileira Dilma Rousseff anteontem, disse que os conflitos na Síria e na Líbia foram crises "provocadas e planejadas".

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