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Crise com o Japão é a pior em 4 décadas, afirma Pequim

Para vice-chanceler, as próximas ações de Tóquio determinarão medidas chinesas

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

A China classificou ontem a crise com o Japão por ter nacionalizado um arquipélago reivindicado por Pequim como a mais grave desde o restabelecimento das relações diplomáticas bilaterais, fato que ocorreu há 40 anos.

"Eu particularmente havia indicado mais de uma vez que, se o Japão comprasse as ilhas, provocaria um dano à relação China-Japão não menor do que o de uma bomba atômica", disse o vice-chanceler Zhang Zhijun, em entrevista coletiva.

Principal negociador chinês nas conversas com Tóquio, Zhang afirmou que as futuras ações japonesas "moldarão as contramedidas da China".

"Se o Japão continuar seu caminho errado atual, adotar mais ações erradas, criar incidentes envolvendo as ilhas Diaoyu [chamadas por Tóquio de Senkaku] e desafiar a China, a China definitivamente adotará medidas fortes para responder", disse.

Zhang não descartou ações militares e confirmou que os dois países vêm realizando encontros diplomáticos para debelar a crise, ainda sem resultados concretos.

A crise foi detonada pelo anúncio do governo japonês de comprar o arquipélago desabitado, reivindicado pela China, mas administrado por Tóquio, de mãos privadas. Houve depredações contra representações diplomáticas e empresas japonesas, e navios de patrulha chineses passaram a entrar rotineiramente em águas em disputa administradas pelo Japão.

A justificativa japonesa foi evitar que as ilhas fossem adquiridas pelo governador ultranacionalista de Tóquio, Shintaro Ishihara. Mas Pequim acusou a nacionalização de violar um acordo bilateral de 1972, quando os dois países decidiram congelar o assunto para o futuro.

"O Japão não tem direito de comprar ou vender território chinês e nenhuma transação está permitida sobre uma polegada sequer das ilhas", afirmou.

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