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Vaticano vai à Justiça por anúncio de beijo do papa

Líderes 'fazem as pazes' em campanha polêmica

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O papa Bento 16 beija Ahmed Mohamed el Tayeb, o imã da mesquita de Al Azhar, no Cairo. Na boca.
A campanha publicitária da Benetton causou polêmica. Ontem, o Vaticano anunciou que vai entrar na Justiça contra o anúncio.
"Encarregamos nossos advogados de empreender na Itália e no exterior as oportunas ações legais para impedir a circulação da fotomontagem de uma campanha de publicidade da Benetton", anunciou em nota a Secretaria de Estado da Santa Sé.
Na declaração, o Vaticano afirma que a imagem é "ofensiva não apenas para a dignidade do papa e da Igreja Católica, mas também para a sensibilidade dos fiéis".
A tensão entre o papa e o imã de Al Azhar surgiu após Bento 16 expressar solidariedade às vítimas do atentado que matou 21 cristãos coptas numa igreja de Alexandria, no último 1º de janeiro.
O papa denunciou os ataques durante seu discurso de Ano Novo e pediu "mais tolerância religiosa". Os cristãos são 10% da população egípcia, de maioria muçulmana.
Segundo o grupo italiano, sua proposta com a campanha "UNHATE" (não odeie, em letras capitulares) era protestar contra a "cultura do ódio e fomentar a tolerância".
Além do papa, outras imagens da série mostram "selinhos" da chanceler alemã, Angela Merkel, com o presidente francês, Nicolas Sarkozy. Do líder venezuelano Hugo Chávez com o presidente dos EUA, Barack Obama. E do palestino Mahmoud Abbas com o premiê israelense, Binyamin Netanyahu.
Anteontem, a Benetton já havia anunciado que recolheria a fotomontagem do papa, após protesto do Vaticano.
No mesmo dia, uma faixa com a imagem do papa e do imã foi retirada de uma ponte perto do Vaticano. Mas ontem a foto ainda estampava a vitrine de uma loja na Fontana de Trevi, em Roma, e circulava na internet.
Um assessor do imã e a Casa Branca também entraram ontem na grita contra o beijo. Mahmud Azab disse que o anúncio é "irresponsável e absurdo". Os EUA reafirmaram sua "política de desaprovar o uso da imagem do presidente para fins comerciais".

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