São Paulo, quinta-feira, 01 de janeiro de 2009

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Árabes pregam união de facções palestinas

DA REDAÇÃO

Chanceleres árabes reunidos no Cairo pediram ontem que o grupo religioso Hamas e o secular Fatah superem suas divergências e se unam em torno de um governo de unidade nacional para aliviar o sofrimento dos palestinos.
"Pedimos aos irmãos palestinos uma reunião de reconciliação imediatamente", disse o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, na abertura do encontro emergencial que pretendia unificar a posição dos árabes sobre o conflito.
O Hamas venceu as eleições legislativas de 2006 e domina a faixa de Gaza há um ano e meio, quando rompeu com a Autoridade Nacional Palestina, dominada pelo rival Fatah, do presidente Mahmoud Abbas.
O chanceler saudita, Saud al Faisal, também pediu aos palestinos um gabinete que inclua as duas facções.
"Esse massacre não teria acontecido se os palestinos estivessem unidos sob uma única liderança. Não poderemos lhes estender a mão se não houver afeto entre vocês", disse Faisal.
Os ministros concordaram em pedir que o Conselho de Segurança se reúna com urgência em busca de um cessar-fogo, mas não chegaram a um acordo sobre a realização de uma cúpula sobre a crise em Gaza.
Um encontro de lideranças árabes estava inicialmente previsto para amanhã no Qatar, mas o Egito avaliou ontem que a data é "prematura", evidenciando o racha entre os governos da região.
De um lado estão os aliados dos EUA, como Egito, Arábia Saudita e Jordânia, que encaram o Hamas como instrumento do rival Irã e têm interesse em vê-lo enfraquecido.
O governo egípcio tem sido cada vez mais criticado pelas opiniões públicas da região, que o acusam de ser conivente com a ofensiva israelense ao se recusar a abrir a fronteira com Gaza e ao manter relações diplomáticas plenas com Israel.
Do lado oposto estão países como Síria e Qatar, partidários de uma ação diplomática mais firme contra Israel.

Protesto em Brasília
As divergências entre árabes se refletiram até mesmo em Brasília, onde um protesto em frente à Embaixada de Israel degenerou em pancadaria na manhã de ontem.
Depois de queimar bandeiras israelenses, os cerca de 80 manifestantes -árabes e brasileiros- discutiram sobre a possibilidade de estender a passeata.
Uma parte queria protestar diante da Embaixada dos EUA; outra preferia ir para a do Egito; uma terceira pressionava na direção da representação palestina. Sem acordo, passaram a se agredir com socos.


Com agências internacionais e
a Sucursal de Brasília



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