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Árabes pregam união de facções palestinas
DA REDAÇÃO
Chanceleres árabes reunidos
no Cairo pediram ontem que o
grupo religioso Hamas e o secular Fatah superem suas divergências e se unam em torno de
um governo de unidade nacional para aliviar o sofrimento
dos palestinos.
"Pedimos aos irmãos palestinos uma reunião de reconciliação imediatamente", disse o secretário-geral da Liga Árabe,
Amr Moussa, na abertura do
encontro emergencial que pretendia unificar a posição dos
árabes sobre o conflito.
O Hamas venceu as eleições
legislativas de 2006 e domina a
faixa de Gaza há um ano e meio,
quando rompeu com a Autoridade Nacional Palestina, dominada pelo rival Fatah, do presidente Mahmoud Abbas.
O chanceler saudita, Saud al
Faisal, também pediu aos palestinos um gabinete que inclua
as duas facções.
"Esse massacre não teria
acontecido se os palestinos estivessem unidos sob uma única
liderança. Não poderemos lhes
estender a mão se não houver
afeto entre vocês", disse Faisal.
Os ministros concordaram
em pedir que o Conselho de Segurança se reúna com urgência
em busca de um cessar-fogo,
mas não chegaram a um acordo
sobre a realização de uma cúpula sobre a crise em Gaza.
Um encontro de lideranças
árabes estava inicialmente previsto para amanhã no Qatar,
mas o Egito avaliou ontem que
a data é "prematura", evidenciando o racha entre os governos da região.
De um lado estão os aliados
dos EUA, como Egito, Arábia
Saudita e Jordânia, que encaram o Hamas como instrumento do rival Irã e têm interesse
em vê-lo enfraquecido.
O governo egípcio tem sido
cada vez mais criticado pelas
opiniões públicas da região,
que o acusam de ser conivente
com a ofensiva israelense ao se
recusar a abrir a fronteira com
Gaza e ao manter relações diplomáticas plenas com Israel.
Do lado oposto estão países
como Síria e Qatar, partidários
de uma ação diplomática mais
firme contra Israel.
Protesto em Brasília
As divergências entre árabes
se refletiram até mesmo em
Brasília, onde um protesto em
frente à Embaixada de Israel
degenerou em pancadaria na
manhã de ontem.
Depois de queimar bandeiras
israelenses, os cerca de 80 manifestantes -árabes e brasileiros- discutiram sobre a possibilidade de estender a passeata.
Uma parte queria protestar
diante da Embaixada dos EUA;
outra preferia ir para a do Egito; uma terceira pressionava na
direção da representação palestina. Sem acordo, passaram
a se agredir com socos.
Com agências internacionais e
a Sucursal de Brasília
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