São Paulo, quinta-feira, 01 de janeiro de 2009

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Mortos civis no bombardeio de Gaza são 40% do total

Estimativa é feita tanto por serviços médicos palestinos quanto pela Defesa de Israel

Human Rights Watch acusa Israel e Hamas de violações ao direito internacional por ataques a civis; dos mortos em Gaza, 42 são crianças

DA REDAÇÃO

Apesar de Israel insistir em que os bombardeios à faixa de Gaza têm como alvo instalações militares e administrativas do Hamas, pelo menos 40% dos quase 400 mortos desde o início da ofensiva são civis.
Este é o número com que trabalham tanto os serviços médicos de Gaza, onde vivem 1,5 milhão de palestinos, quanto o Ministério da Defesa de Israel.
Ontem, o chefe dos serviços de emergência de Gaza, Moaweya Hassanein, informou que os mortos chegavam a 393, dos quais 160 são civis. Uma primeira lista com os nomes de 300 mortos foi divulgada pelo Ministério da Saúde do governo do Hamas em Gaza. Muitos pertencem ao Hamas, mas não à ala militar do movimento, que é uma mistura de partido, milícia e instituição de caridade.
O Ministério da Defesa israelense, citado pelo jornal "Haaretz", estima em 220 o número de mortos que são militantes do Hamas, para um total de óbitos estimado em 390.
A ONU trabalha com um percentual de vítimas civis menor, de 25%, segundo disse ontem Christopher Gunness, porta-voz da UNRWA (agência da ONU de assistência humanitária aos palestinos). "Pode ser que o balanço seja muito mais elevado", ressaltou ele.
A UNRWA reportou cerca de 400 palestinos mortos, incluindo 42 crianças.
A ação em Gaza motivou outra entidade de defesa dos direitos humanos, Human Rights Watch (HRW), a criticar os envolvidos na crise. Joe Stork, chefe da ONG no Oriente Médio, censurou Israel e o Hamas.
"Disparar foguetes contra áreas civis visando causar dano e aterrorizar os israelenses não tem nenhum tipo de justificativa", declarou ele, mas Israel "não deveria atacar indivíduos ou instituições em Gaza simplesmente porque são parte da autoridade política controlada pelo Hamas".
A HRW também considerou uma violação ao direito internacional o bloqueio imposto há meses por Israel ao território palestino, que limita a entrada de produtos básicos. Apontou que a medida constitui uma punição coletiva.
O isolamento de Gaza -que pesa no desabastecimento hospitalar, em meio à falta de leitos, de eletricidade e mesmo de vagas nos necrotérios- será novamente desafiado pelo grupo "Free Gaza" (Gaza Livre), que anteontem teve um barco de ajuda humanitária abalroado por um navio da Marinha israelense perto da região.


Com agências internacionais



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