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Mortos civis no bombardeio de Gaza são 40% do total
Estimativa é feita tanto por serviços médicos palestinos quanto pela Defesa de Israel
Human Rights Watch acusa Israel e Hamas de violações ao direito internacional por ataques a civis; dos mortos em Gaza, 42 são crianças
DA REDAÇÃO
Apesar de Israel insistir em
que os bombardeios à faixa de
Gaza têm como alvo instalações militares e administrativas do Hamas, pelo menos 40%
dos quase 400 mortos desde o
início da ofensiva são civis.
Este é o número com que trabalham tanto os serviços médicos de Gaza, onde vivem 1,5 milhão de palestinos, quanto o
Ministério da Defesa de Israel.
Ontem, o chefe dos serviços
de emergência de Gaza, Moaweya Hassanein, informou que
os mortos chegavam a 393, dos
quais 160 são civis. Uma primeira lista com os nomes de
300 mortos foi divulgada pelo
Ministério da Saúde do governo do Hamas em Gaza. Muitos
pertencem ao Hamas, mas não
à ala militar do movimento, que
é uma mistura de partido, milícia e instituição de caridade.
O Ministério da Defesa israelense, citado pelo jornal "Haaretz", estima em 220 o número
de mortos que são militantes
do Hamas, para um total de
óbitos estimado em 390.
A ONU trabalha com um percentual de vítimas civis menor,
de 25%, segundo disse ontem
Christopher Gunness, porta-voz da UNRWA (agência da
ONU de assistência humanitária aos palestinos). "Pode ser
que o balanço seja muito mais
elevado", ressaltou ele.
A UNRWA reportou cerca de
400 palestinos mortos, incluindo 42 crianças.
A ação em Gaza motivou outra entidade de defesa dos direitos humanos, Human Rights
Watch (HRW), a criticar os envolvidos na crise. Joe Stork,
chefe da ONG no Oriente Médio, censurou Israel e o Hamas.
"Disparar foguetes contra
áreas civis visando causar dano
e aterrorizar os israelenses não
tem nenhum tipo de justificativa", declarou ele, mas Israel
"não deveria atacar indivíduos
ou instituições em Gaza simplesmente porque são parte da
autoridade política controlada
pelo Hamas".
A HRW também considerou
uma violação ao direito internacional o bloqueio imposto há
meses por Israel ao território
palestino, que limita a entrada
de produtos básicos. Apontou
que a medida constitui uma punição coletiva.
O isolamento de Gaza -que
pesa no desabastecimento hospitalar, em meio à falta de leitos, de eletricidade e mesmo de
vagas nos necrotérios- será
novamente desafiado pelo grupo "Free Gaza" (Gaza Livre),
que anteontem teve um barco
de ajuda humanitária abalroado por um navio da Marinha israelense perto da região.
Com agências internacionais
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