São Paulo, quinta-feira, 01 de março de 2007

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Soldados aderem a coro antiguerra nos EUA

Movimento inclui militares que lutaram no Iraque; Irã aceita participar de conferência com americanos

LIZETTE ALVAREZ
DO "NEW YORK TIMES"

Em um pequeno sinal de que a dissensão está crescendo, um grupo de militares americanos da ativa e da reserva, incluindo muitos soldados que serviram no Iraque, está denunciando a guerra e pedindo ao Congresso uma rápida retirada das tropas.
Os militares, cujo número supera 1,6 mil, assinaram um apelo de desagravo a seus representantes no Congresso, o que é permitido pelas Forças Armadas. A maior parte dos signatários é de soldados de carreira, e suas patentes variam das baixas às mais altas. "Há uma sensação de que fomos traídos", disse Lindsay Burnett, 26, que recentemente retornou do serviço militar no Iraque. "Trata-se de soldados preparados para lutar, para proteger seu país, mas agora estamos no quinto motivo para a nossa presença no Iraque.
Quantas razões pode haver para que eles nos mantenham lá?" O apelo afirma: "Como americano patriota e orgulhoso em servir ao meu país como soldado, insto respeitosamente a meus líderes políticos no Congresso que apóiem a retirada imediata de todas as forças e bases militares americanas do Iraque. Ficar no Iraque não levará a uma conclusão da tarefa, e o preço é alto demais." O protesto, que foi iniciado em outubro por dois soldados da ativa e conta com o apoio de três grupos de oposição à guerra, inicialmente atraiu 65 assinaturas, e até fevereiro o total já havia subido a 1.300. Esta semana, depois de uma reportagem do programa jornalístico "60 Minutes", da rede de TV CBS, sobre o apelo, por volta de 300 outros militares da ativa aderiram à campanha, de acordo com o suboficial de terceira classe Jonathan Hutto, da Marinha, co-fundador do grupo que promove o apelo.

Conferência
O Irã aceitou participar da conferência regional de segurança sobre o Iraque que será realizada no próximo mês. O encontro deverá ter o primeiro contato de alto nível entre autoridades iranianas e americanas em mais de dois anos. A participação americana foi confirmada anteontem pela secretária de Estado americana Condoleezza Rice, no que foi interpretado como uma inflexão na posição mantida até agora pela Casa Branca de não negociar com o Irã nem com a Síria, também convidada para a conferência.
O premiê iraquiano, Nuri al-Maliki, anunciou ontem que a conferência será no dia 10 de março, em Bagdá. O objetivo principal do encontro é discutir uma estratégia comum para conter a violência e evitar que o conflito sectário se transforme em guerra civil.


Com agências internacionais
Tradução de PAULO MIGLIACCI


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