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Soldados aderem a coro antiguerra nos EUA
Movimento inclui militares que lutaram no Iraque; Irã aceita participar de conferência com americanos
LIZETTE ALVAREZ
DO "NEW YORK TIMES"
Em um pequeno sinal de que
a dissensão está crescendo, um
grupo de militares americanos
da ativa e da reserva, incluindo
muitos soldados que serviram
no Iraque, está denunciando a
guerra e pedindo ao Congresso
uma rápida retirada das tropas.
Os militares, cujo número
supera 1,6 mil, assinaram um
apelo de desagravo a seus representantes no Congresso, o
que é permitido pelas Forças
Armadas. A maior parte dos
signatários é de soldados de
carreira, e suas patentes variam
das baixas às mais altas.
"Há uma sensação de que fomos traídos", disse Lindsay
Burnett, 26, que recentemente
retornou do serviço militar no
Iraque. "Trata-se de soldados
preparados para lutar, para
proteger seu país, mas agora estamos no quinto motivo para a
nossa presença no Iraque.
Quantas razões pode haver para que eles nos mantenham lá?"
O apelo afirma: "Como americano patriota e orgulhoso em
servir ao meu país como soldado, insto respeitosamente a
meus líderes políticos no Congresso que apóiem a retirada
imediata de todas as forças e
bases militares americanas do
Iraque. Ficar no Iraque não levará a uma conclusão da tarefa,
e o preço é alto demais."
O protesto, que foi iniciado
em outubro por dois soldados
da ativa e conta com o apoio de
três grupos de oposição à guerra, inicialmente atraiu 65 assinaturas, e até fevereiro o total
já havia subido a 1.300. Esta semana, depois de uma reportagem do programa jornalístico
"60 Minutes", da rede de TV
CBS, sobre o apelo, por volta de
300 outros militares da ativa
aderiram à campanha, de acordo com o suboficial de terceira
classe Jonathan Hutto, da Marinha, co-fundador do grupo
que promove o apelo.
Conferência
O Irã aceitou participar da
conferência regional de segurança sobre o Iraque que será
realizada no próximo mês. O
encontro deverá ter o primeiro
contato de alto nível entre autoridades iranianas e americanas em mais de dois anos.
A participação americana foi
confirmada anteontem pela secretária de Estado americana
Condoleezza Rice, no que foi
interpretado como uma inflexão na posição mantida até
agora pela Casa Branca de não
negociar com o Irã nem com a
Síria, também convidada para a
conferência.
O premiê iraquiano, Nuri al-Maliki, anunciou ontem que a
conferência será no dia 10 de
março, em Bagdá. O objetivo
principal do encontro é discutir
uma estratégia comum para
conter a violência e evitar que o
conflito sectário se transforme
em guerra civil.
Com agências internacionais
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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