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Haitiano faz uso de know-how brasileiro para reflorestar país
DA REPORTAGEM LOCAL
A principal estrada do Haiti
acaba dentro do lago de Miragoâne (sudoeste do país), cujas
águas subiram quase dez metros nos últimos anos- graças
às chuvas e à degradação da vegetação-, destruindo povoados, plantações e a rodovia.
É nessa região que o agrônomo Jude Brice, 37, tenta implantar um projeto de reflorestamento para começar a reverter o quadro de degradação ambiental do Haiti, que hoje tem
apenas 3% da sua área de 27,5
mil quilômetros quadrados cobertas por vegetação.
Brice morou no Brasil e se
formou em agronomia na
UFRRJ (Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro). Mas,
ao saber que seu país estava à
beira da guerra civil em 2004 se
juntou às tropas brasileiras e
voltou ao Haiti, como intérprete -função que lhe rendeu o rótulo de traidor na visão dos rebeldes chimères. "Eu andava na
rua com os militares e sempre
acabava no meio de tiroteios e
desarmado. Tinha sempre que
andar mascarado para não ser
reconhecido", diz Brice.
Usando o conhecimento
aprendido no Brasil, elaborou
um projeto de reflorestamento
para o Haiti. O plano foi adotado por professores da UFRRJ e
pelos governos de Brasil e Espanha. Recebeu financiamento
de R$ 1,2 milhão e produziu
cerca de 150 mil mudas de árvores na região de Mapou.
Em 2007, com o fim dos
combates, Brice deixou as tropas e entrou na ONU como civil. Atualmente ele pretende
repetir o projeto em Miragoâne, sua cidade natal, com financiamento privado.
(LK)
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