São Paulo, segunda-feira, 01 de junho de 2009

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Haitiano faz uso de know-how brasileiro para reflorestar país

DA REPORTAGEM LOCAL

A principal estrada do Haiti acaba dentro do lago de Miragoâne (sudoeste do país), cujas águas subiram quase dez metros nos últimos anos- graças às chuvas e à degradação da vegetação-, destruindo povoados, plantações e a rodovia.
É nessa região que o agrônomo Jude Brice, 37, tenta implantar um projeto de reflorestamento para começar a reverter o quadro de degradação ambiental do Haiti, que hoje tem apenas 3% da sua área de 27,5 mil quilômetros quadrados cobertas por vegetação.
Brice morou no Brasil e se formou em agronomia na UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro). Mas, ao saber que seu país estava à beira da guerra civil em 2004 se juntou às tropas brasileiras e voltou ao Haiti, como intérprete -função que lhe rendeu o rótulo de traidor na visão dos rebeldes chimères. "Eu andava na rua com os militares e sempre acabava no meio de tiroteios e desarmado. Tinha sempre que andar mascarado para não ser reconhecido", diz Brice.
Usando o conhecimento aprendido no Brasil, elaborou um projeto de reflorestamento para o Haiti. O plano foi adotado por professores da UFRRJ e pelos governos de Brasil e Espanha. Recebeu financiamento de R$ 1,2 milhão e produziu cerca de 150 mil mudas de árvores na região de Mapou.
Em 2007, com o fim dos combates, Brice deixou as tropas e entrou na ONU como civil. Atualmente ele pretende repetir o projeto em Miragoâne, sua cidade natal, com financiamento privado. (LK)



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