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Porto vira palco de protestos nacionalistas
DO ENVIADO A ASHDOD
A espera dos navios de
protesto contra o bloqueio
a Gaza transformou o porto de Ashdod, o maior de
Israel, em cenário de manifestações explícitas de
nacionalismo, que beiraram o extremismo e quase
terminam em violência.
Uma colina diante do
porto foi o lugar escolhido
por dezenas de jornalistas
de várias partes de mundo
para acompanhar a chegada da frota Gaza Livre, enquanto porta-vozes do governo e das Forças Armadas israelenses tentavam
explicar como a interceptação de uma missão humanitária acabou de forma sangrenta.
"Não era uma missão
humanitária", disse a porta-voz do Exército israelense, Avital Leibowitz.
"Ativistas que tentam linchar soldados não têm nada de humanitários."
O trabalho dos jornalistas atraiu centenas de moradores de Ashdod, a
grande maioria identificada com a direita nacionalista. Em pouco tempo, a
colina estava tomada de
bandeiras de Israel e faixas pedindo a libertação
do cabo Gilad Shalit, refém há quase quatro anos
em Gaza.
No meio da agitação nacionalista, duas jovens
com as cabeças cobertas
com véus, facilmente
identificáveis como árabes, circulavam com ar tímido. Logo foram abordadas pelos manifestantes,
que as cercaram sob um
coro de insultos.
"Viemos aqui para protestar contra a violência israelense", disse uma delas, sem querer se identificar. Após observar passivamente o assédio que sofriam, policiais tiveram de
acompanhá-las, para que
não fossem agredidas.
O ímpeto nacionalista
também atingiu uma equipe da rede de TV qatariana
Al Jazeera, cujo repórter,
ao vivo, teve a voz abafada
pelos manifestantes, jovens e idosos. "Morte aos
árabes", gritavam.
(MN)
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