São Paulo, terça-feira, 01 de junho de 2010

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Porto vira palco de protestos nacionalistas

DO ENVIADO A ASHDOD

A espera dos navios de protesto contra o bloqueio a Gaza transformou o porto de Ashdod, o maior de Israel, em cenário de manifestações explícitas de nacionalismo, que beiraram o extremismo e quase terminam em violência.
Uma colina diante do porto foi o lugar escolhido por dezenas de jornalistas de várias partes de mundo para acompanhar a chegada da frota Gaza Livre, enquanto porta-vozes do governo e das Forças Armadas israelenses tentavam explicar como a interceptação de uma missão humanitária acabou de forma sangrenta.
"Não era uma missão humanitária", disse a porta-voz do Exército israelense, Avital Leibowitz. "Ativistas que tentam linchar soldados não têm nada de humanitários."
O trabalho dos jornalistas atraiu centenas de moradores de Ashdod, a grande maioria identificada com a direita nacionalista. Em pouco tempo, a colina estava tomada de bandeiras de Israel e faixas pedindo a libertação do cabo Gilad Shalit, refém há quase quatro anos em Gaza.
No meio da agitação nacionalista, duas jovens com as cabeças cobertas com véus, facilmente identificáveis como árabes, circulavam com ar tímido. Logo foram abordadas pelos manifestantes, que as cercaram sob um coro de insultos.
"Viemos aqui para protestar contra a violência israelense", disse uma delas, sem querer se identificar. Após observar passivamente o assédio que sofriam, policiais tiveram de acompanhá-las, para que não fossem agredidas.
O ímpeto nacionalista também atingiu uma equipe da rede de TV qatariana Al Jazeera, cujo repórter, ao vivo, teve a voz abafada pelos manifestantes, jovens e idosos. "Morte aos árabes", gritavam. (MN)


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