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ENTREVISTA
Santos obtém vantagem na radicalização
DA ENVIADA A BOGOTÁ
Para Marcela Prieto, diretora-executiva do Instituto de Ciência Política, a
ampla vitória de Juan Manuel Santos no primeiro
turno das eleições colombianas se deve a uma combinação de fatores: radicalização em torno do uribismo e ênfase na ameaça representada pela guerrilha
somadas ao uso da máquina estatal e à intervenção
do popular Álvaro Uribe.
Folha - O que levou Santos
a uma vitória tão ampla?
Marcela Prieto - Foi uma
combinação de vários fatores. Evidentemente, há
uma maquinária política
que funciona. Em segundo
lugar, Santos radicalizou
seu discurso, mostrando-se mais próximo de Uribe.
Ninguém colocava em
dúvida essa proximidade
antes, mas, como estratégia de campanha, como
marketing político, eles
mostraram uma proximidade muito mais profunda
em termos de imagem.
Ele também convidou líderes de diferentes partidos, o que funcionou
[trouxe votos], principalmente no caso do Partido
Conservador.
É preciso contabilizar
também os erros de Mockus nas últimas semanas.
Sua maneira de se expressar causou incerteza, e isso não se traduziu necessariamente só em votos
para Santos, mas também
para Vargas Lleras e Petro.
Que papel tiveram Uribe e
o chamado "discurso do
medo"?
Uribe interveio fortemente nas últimas semanas, e isso também mobiliza. Também houve muito
"discurso do medo", da
descontinuidade de políticas e programas, quando
ele radicaliza o discurso
em torno das ameaças que
ainda persistem no país.
Se Mockus toca num temor grande dos colombianos, que é o tema da corrupção e da falta de transparência, ainda persiste
no inconsciente coletivo o
temor da insegurança.
Como será o segundo turno eleitoral?
O cenário está muito
claro. As pessoas que votaram em Santos não vão votar em outro candidato. E,
se somarmos os votos de
Mockus com todos os demais -e isso não é garantido de jeito algum, não são
votos endossáveis-, não
chega a representar a votação do governista.
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