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Farc e Paris não se falaram, diz negociador
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
Há quatro anos trabalhando na
fronteira do Brasil com a Colômbia, o padre Hector Gonzalo
Arango, 40, é muito conhecido
nas comunidades ribeirinhas do
Alto Solimões. Sua paróquia, a catedral de La Paz, em Letícia, fica
na fronteira com Tabatinga (AM).
Ele crê que, apesar do insucesso
da missão de resgate, Ingrid Betancourt será libertada pelas Farc.
Agência Folha - O que as Farc exigiram em troca de Betancourt?
Hector Gonzalo Arango - Especulou-se que ela pudesse ser libertada em troca de guerrilheiros, mas
cremos que a razão seja seu estado de saúde. No comunicado que
recebemos, as Farc disseram que
ela estava doente.
Agência Folha - Os rebeldes não a
entregariam facilmente, não é?
Arango - É certo que Ingrid é
uma pessoa muito importante para a democracia colombiana. Mas
tínhamos a esperança de que as
Farc, com esse ato, recuperaria
seu prestígio na Europa. A França
é um dos países que mais insistiam com as Farc na libertação.
Agência Folha - Por que a missão
no Brasil?
Arango - Sempre confiamos na
notícia que chegou de Puerto Assis, na região de Putumayo, na
Colômbia, de que ela seria libertada no Brasil. Santo Antônio do Içá
era mais perto de Tarapacá, onde
ela estava. Haveria mais condições de transportá-la pelo rio Içá.
Agência Folha - Por que fracassou
a missão em Santo Antônio do Iça?
Arango - Chegamos, eu e Astrid
Betancourt, no dia 9. A partir daí
ficamos presentes até dia 14,
quando regressamos a Letícia. Ficamos esperando o contato. No
dia 12, recebemos a notícia de que
a Polícia Federal estava com um
avião francês em São Paulo de
Olivença. Não sabíamos que ia
chegar um Hércules, só sabíamos
que o governo francês iria nos
apoiar com o transporte. Não
houve contato entre as Farc e o
governo francês.
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