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Irmã de Ingrid
quer reunir-se
com Lula
FERNANDO EICHENBERG
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DE PARIS
Astrid Betancourt, irmã da ex-senadora Ingrid Betancourt, disse
ontem à Folha que espera poder
se encontrar com o presidente
brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, para pedir apoio à libertação
de reféns da guerrilha terrorista
colombiana Farc.
Mas ela fez questão de salientar
que a iniciativa não tem nenhuma
relação com a recente tentativa de
libertação de sua irmã, realizada
com o apoio do governo francês.
"Não há nada relacionado aos
acontecimentos recentes", disse
ontem à Folha, em Paris.
Momento delicado
O momento é delicado para o
governo francês. Desde que a participação francesa na operação foi
revelada, integrantes do alto escalão da administração caíram em
sucessivas contradições.
Inicialmente, o gabinete do premiê Jean-Pierre Raffarin disse não
ter sido informado da operação.
Mais tarde, Raffarin foi obrigado
a desmentir essa informação. A
Presidência usou argumento parecido e também foi forçada a
desmentir a informação.
O chanceler Dominique de Villepin foi obrigado a alterar sua
versão dos fatos algumas vezes.
Sua tentativa de explicação, no último domingo, também não convenceu. Especula-se que ele fale
em "missão médica" para suavizar a irritação dos governos brasileiro e colombiano por não terem
sido avisados, invocando a falta
de tempo diante da extrema urgência da operação.
A versão oficial mais recente diz
que a operação foi lançada em comum acordo por Jacques Chirac
(presidente), Raffarin e De Villepin. Mas o ministro do Interior,
Nicolas Sarkozy, desafeto oficioso
de De Villepin, não foi avisado.
Sarkozy, que foi à Colômbia, na
semana passada, para assinar um
acordo de cooperação policial entre Paris e Bogotá, queixou-se de
não ter sido avisado. Mais tarde,
De Villepin disse que o Ministério
do Interior foi avisado.
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