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Lei dificulta casamento entre israelense e palestino
DA REDAÇÃO
O Parlamento de Israel aprovou
uma lei que impede palestinos casados com israelenses de obter cidadania e de receber direito de residência. A partir de agora, palestinos e israelenses casados terão
três opções: viver separadamente,
deixar o país ou se mudar para as
áreas palestinas.
A lei, que teve 53 votos a favor e
25 contra, deve vigorar por um
ano e precisa ser renovada anualmente. No texto, está prevista a
concessão de cidadania e de direito de residência por seis meses em
casos especiais.
Os árabes-israelenses, partidos
de esquerda de Israel e grupos de
direitos humanos afirmaram que
a lei é racista.
O governo de Israel diz que a lei
é necessária por motivos de segurança. Muitos palestinos se casaram com árabes-israelenses e
aproveitaram o direito de se tornar israelense ou de receber o direito de residência para se envolver em atentados, segundo informou ontem o governo de Israel.
Jafar Savah, de um centro de defesa árabe-israelense, disse: "Nós
[árabes-israelenses] enxergamos
a lei como parte de uma política
de transferência levada adiante
pelo Estado de Israel." A "transferência" é uma política defendida
por extremistas de Israel segundo
a qual os palestinos devem ser
transferidos para outros países
árabes.
"É uma lei racista que define
quem pode viver em Israel de
acordo com um critério racista",
disse Yael Stein, do grupo de direitos humanos israelense B'tselem. Segundo ele, 100 mil palestinos obtiveram direito de residência ou cidadania israelense por
meio de casamento com cidadãos
de Israel. Desses, apenas 20 estiveram envolvidos em atentados terroristas. "Não estou dizendo que
os ataques são irrelevantes, mas a
lei é uma solução extrema para
um fenômeno marginal", afirmou Stein, do B'tselem.
A Human Rights Watch e a
Anistia Internacional enviaram
cartas ao Parlamento protestando
contra a lei e pedindo que os parlamentares não a aprovassem.
O ministro israelense Gideon
Ezra disse que, desde setembro de
2000, quando eclodiu a Intifada
(levante palestino contra a ocupação israelense), tem sido verificada a conexão entre árabes-israelenses e palestinos da Cisjordânia
e da faixa de Gaza na organização
de ataques terroristas.
Minoria
Os árabes-israelenses correspondem a cerca de 20% dos cerca
de 6 milhões de habitantes de Israel. A população palestina na
Cisjordânia e na faixa de Gaza é
estimada em cerca de 3 milhões.
Para o professor árabe-israelense Said Abu Muammar, casado
com uma palestina, a nova lei é
"racista, cruel e desumana".
A ANP (Autoridade Nacional
Palestina) não se manifestou.
Com agências internacionais
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