São Paulo, domingo, 01 de agosto de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FILHAS DE PEIXE

Jenna e Barbara Bush são "festeiras", enquanto Alexandra e Vanessa Kerry são mais reservadas

Filhas de candidatos têm estilos opostos

RAFAEL CARIELLO
DE NOVA YORK

O presidente George W. Bush e o democrata John Kerry têm uma dupla de filhas que, fora a idade e os pais candidatos à Presidência, em tudo mais parecem tão opostas quanto um "esquerdista" de Massachusetts e um republicano do Texas.
Num país em que quase não há distinção entre as vidas pública e privada dos líderes políticos, as meninas não tiveram opção: entraram na campanha e no circo de fetiches sobre a intimidade dos candidatos.
Como resumiu o historiador Michael Beschloss para o "New York Times", elas servem como "uma janela para a alma" dos seus pais. "Você tira conclusões a partir do caráter dos amigos e da família de uma pessoa. Não diz muito sobre as propostas de arrecadação de impostos do candidato. Mas traz à luz o tipo de sujeito que ele é."
As gêmeas Jenna e Barbara, 22, são filhas de Bush. Em 2000, ainda com 18 anos, pouco apareceram na campanha do pai. De lá para cá, Jenna arrumou problemas com a polícia duas vezes, por ter sido pega bebendo (em alguns Estados dos EUA, é proibido consumir bebida alcoólica antes dos 21). Na segunda vez, estava acompanhada da irmã.
A última edição da revista "Vogue" traz as duas em vestidos de festa e diamantes. Embora Barbara tenha acabado de se formar em ciências humanas na Universidade Yale, e Jenna em literatura pela Universidade do Texas, são tratadas pela imprensa americana como "party girls", meninas festeiras.
A depender só da imagem, se morassem no Rio de Janeiro, seriam patricinhas da zona da Sul, enquanto as filhas de Kerry freqüentariam o Posto 9. Em São Paulo, as irmãs Kerry participariam como simpatizantes da parada gay, e as gêmeas Bush prefeririam fazer compras na rua Oscar Freire.
Alexandra Kerry, 30, é cineasta e já trabalhou como atriz. Tem feito gravações da campanha do pai para produzir um documentário. É descrita como tímida e distraída. Sua irmã Vanessa, 27, estuda medicina. Diz que se incomoda em ser abordada e por isso usa sobrenomes diferentes no seu crachá do hospital da escola de medicina de Harvard.
Vanessa declara que resolveu participar da campanha do pai porque "muitas das coisas que são importantes" para ela, como o impacto da Aids no mundo, citou, "serão afetadas por essa eleição". A caçula diz pretender viajar no próximo mês para trabalhar com doenças contagiosas num país do Terceiro Mundo.
A "sensibilidade" das meninas foi associada ao pai na última quinta, quando Alexandra contou a história, na convenção democrata, de como seu pai aplicou primeiros socorros a um hamster que se afogava, quando ela era criança. "Até hoje, há relatos de respiração boca-a-boca, mas admito que isso deve ser uma falha de memória."


Texto Anterior: Eleição nos EUA: "Kerry ganhará", diz marqueteiro de Clinton
Próximo Texto: Estilo Heinz desafia o ideal do eleitorado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.