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"Fascismo" vira mote eleitoral da Casa Branca
DA REDAÇÃO
"Fascismo islâmico" é o termo da vez dentro da estratégia
de marketing eleitoral do presidente americano George W.
Bush. Nas eleições parlamentares que acontecem em novembro, o Partido Republicano pode perder a maioria no Congresso e Bush quer recuperar
apoio à "guerra ao terror".
Com notícias diárias do Iraque que sugerem uma guerra
civil e popularidade em baixa,
Bush quer colocar na cabeça do
eleitorado um termo ainda
mais forte que terrorismo islâmico ao fazer uma analogia entre a situação atual e a ascensão
do nazifascismo, nos anos 1930.
O presidente começou a falar
em "fascismo islâmico" no início de agosto, quando a polícia
britânica prendeu 22 pessoas
suspeitas de planejar explodir
aviões sobre o Atlântico.
Ontem, em discurso no Estado de Utah, Bush voltou ao tema ao defender a permanência
das tropas americanas no Iraque: "A segurança do mundo civilizado depende da vitória na
guerra ao terror e esta depende
da vitória no Iraque. Alguns políticos olham para nossos esforços no Iraque e vêem uma manobra diversionista. Muitos deles são sinceros e patrióticos,
mas não podiam estar mais errados. A guerra que nós lutamos hoje é mais do que um conflito militar, é luta ideológica
decisiva do século 21".
O porta-voz da Casa Branca,
Tony Snow, já repetiu várias
vezes a analogia, assim como o
Secretário de Defesa, Donald
Rumsfeld, que nesta semana
voltou a chamar o terrorismo
de "um novo tipo de fascismo".
A estratégia é trazer o terrorismo de novo ao centro do debate eleitoral americano e fazer
uma ligação direta com a Segunda Guerra Mundial. Uma
pesquisa recente da rede de TV
CBS e do "New York Times" revelou que 65% dos entrevistados desaprovam a maneira como Bush está administrando o
conflito no Iraque.
Assessores da Casa Branca e
marqueteiros do Partido Republicano disseram que a nova
maneira de chamar o terrorismo é uma tentativa de enfatizar
junto ao público a ideologia
que, segundo eles, motiva grupos terroristas.
O professor Stephen J. Wayne, da Universidade Georgetown, acha que a escolha da palavra aconteceu "porque fascistas são maus, por definição". "A
maioria das pessoas é contra
fascistas de qualquer forma. Se
você quer demonizar alguém,
você deve usar as palavras mais
duras que puder".
A tática não é nova na política
americana. Pai do atual presidente, George Bush comparou
em 1990 o então ditador Saddam Hussein, do Iraque, ao alemão Adolf Hitler.
Com agências internacionais
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