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Líbano receberá quase US$ 1 bi de ajuda
Países anunciam doações em reunião na Suécia; valor é o dobro do esperado, mas prejuízo estimado é maior
DA REDAÇÃO
O total da ajuda prometida
por cerca de 60 países e organizações humanitárias para a reconstrução do Líbano é de mais
de US$ 940 milhões, o dobro do
que se esperava obter na reunião de ontem em Estocolmo.
Os doadores exortaram Israel a
suspender o bloqueio aéreo e
marítimo que é imposto ao país
vizinho há sete semanas.
Com o acréscimo de promessas e projetos de longo prazo,
Beirute receberá US$ 1,2 bilhão
para reparar a destruição causada por um mês de bombardeios israelenses -respondidos com mísseis pelo grupo extremista Hizbollah. O confronto começou após o grupo ter seqüestrado dois soldados de Israel. A ONU estima que os prejuízos à infra-estrutura do Líbano somem US$ 3,6 bilhões.
O premiê do país, Fouad Siniora, agradeceu. "O que conseguimos é muito importante",
disse. Segundo ele, "conquistas
de 15 anos" foram destruídas.
A maior ajuda foi oferecida
por Qatar: US$ 300 milhões. Os
EUA, criticados durante a guerra por apoiarem Israel, prometeram US$ 175 milhões - parte
dos US$ 230 milhões que já haviam sido anunciados. O Brasil
doará US$ 500 mil.
O dinheiro será usado em habitação, infra-estrutura, serviços sociais, descontaminação
da costa -afetada por um grande vazamento de petróleo- e
retirada de artefatos que não
explodiram -calcula-se que
haja 100 mil, e já houve 50 mortes desde o cessar-fogo.
Siniora rejeitou a hipótese de
que a ajuda financeira poderia
acabar nas mãos do Hizbollah e
fortalecer a posição do grupo.
"Isso é uma falácia completa."
O Hizbollah já havia declarado a doação de milhares de dólares em ajuda para os que tiveram suas casas destruídas, incluindo o pagamento de aluguel. Os países do Ocidente temiam que, caso não houvesse
doações significativas, a simpatia pelo grupo radical crescesse.
Ontem, no primeiro passo de
sua retirada da faixa de 15 quilômetros que ocupou no Líbano após a guerra, o Exército israelense deixou ontem uma
área de 30 km2, próxima à fronteira, no sul libanês -assumida
por tropas libanesas e internacionais. É a primeira vez em
décadas que o Exército do Líbano assume posições na região, que era totalmente controlada pelo Hizbollah. O governo declarou que 8.500 de
seus soldados já estão no sul, e
a ONU disse que enviou 2.200
membros de sua força de paz.
Segundo a resolução da ONU
que definiu o cessar-fogo, 15
mil soldados de uma força internacional vão patrulhar a região -e 15 mil militares libaneses. Mil membros do Exército
italiano devem chegar no sábado -a Itália, que comandará a
missão com a França, prometeu enviar 2.500 soldados.
Annan na Síria
O secretário-geral da ONU,
Kofi Annan, voltou a apelar para que Israel se retire totalmente assim que o número de soldados da força internacional no
sul do Líbano chegar a 5.000.
Annan chegou ontem à Síria
para pressionar Damasco a interromper o envio de armas ao
Hizbollah e apoiar a libertação
dos soldados seqüestrados.
Com agências internacionais
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