São Paulo, quarta-feira, 01 de setembro de 2010

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Primos pediram que brasileiros não viajassem

RODRIGO VIZEU
ENVIADO ESPECIAL A SARDOÁ E GOVERNADOR VALADARES

Dois primos alertaram os brasileiros Juliard Fernandes, 19, e Hermínio Santos, 24, contra a viagem ao México e o intuito de entrar ilegalmente nos EUA.
Fernandes é um dos 72 imigrantes mortos na chacina ocorrida em San Fernando, no Estado mexicano de Tamaulipas, e Santos teve seus documentos achados entre as vítimas.
Os pedreiros Alyson Souza, 19, e Gustavo Moraes, 22, relataram à Folha que tentaram convencer os dois do risco de acabarem sequestrados por traficantes. "Não adiantou, eles estavam obcecados", disse Souza.
No México, os pedreiros chegaram à fronteira, mas recuaram após uma viajante passar mal. Os dois acabaram presos e obrigados a voltar. "Você anda sem rumo, com fome e sede, e os coiotes ficam avisando que, se você se perder, será sequestrado", diz Moraes.
Souza e Moraes voltaram ao Brasil dias antes de Fernandes e Santos deixarem Sardoá e Santa Efigênia de Minas, na região de Governador Valadares (MG), famosa por exportar brasileiros para o exterior.
A mãe de Santos, Maria, 58, concorda que nenhum alerta faria o filho mudar de ideia: "Ele dizia que Deus ia ajudar". A tia de Fernandes, Maria da Glória, 48, diz que a ida aos EUA era um sonho de infância do sobrinho.
O caso parece ter freado os desejos dos mais jovens. "Não compensa o risco. É melhor sofrer aqui mesmo", diz Cida Araújo, 18.


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