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Justiça vê comparecimento de 61,3%, mas resistência contesta
DO ENVIADO A TEGUCIGALPA
As controvertidas eleições
hondurenhas de anteontem tiveram um índice de participação de 61,3%, segundo a apuração parcial do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE). A porcentagem é contestada pelo presidente deposto, Manuel Zelaya,
que alega abstenção de até 67%.
Pelos números do TSE, a abstenção deverá ser menor do
que a da última eleição presidencial, há quatro anos, quando a participação foi de 55%. O
voto é obrigatório pela Constituição, mas não há punição aos
faltosos.
O TSE e o presidente eleito,
Porfirio Lobo, argumentam
que a abstenção em Honduras é
alta porque, dos 4,6 milhões de
eleitores, cerca de 1 milhão vive
nos EUA como imigrantes, mas
segue registrado como se estivesse no país. Segundo o candidato vencedor, ao subtrair essa
população, a participação chegou a 80% anteontem.
Os números oficiais são rechaçados por Zelaya. Segundo
seu principal assessor político,
Carlos Reina, até 67% dos eleitores deixaram de votar. Ele
afirma que o número foi calculado em 1.400 atas eleitorais às
quais "amigos" do presidente
deposto tiveram acesso.
Reina disse que o TSE só vai
liberar o acesso público às atas
depois de adulteradas.
Único observador brasileiro
presente nas eleições de anteontem, o deputado opositor
pernambucano Raul Jungmann (PPS) disse que ainda
não há dados suficientes disponíveis para uma avaliação definitiva, mas descartou um comparecimento em massa.
"Estive em 60 sessões eleitorais, nas quais o teto foi 50%, e o
piso, um terço. Evidentemente,
não posso extrapolar para o
país, mas [a participação] pode
ter sido boa; maciça, não."
Jungmann disse que uma das
falhas dos observadores internacionais foi a ênfase na visita
aos centros de votação.
"Na rua, foi satisfatório. Ficou faltando acesso ao processo
de totalização, menos por culpa
deles do que nossa, que preferimos ir para a ponta", afirmou.
"A ressalva que eu faria é que o
processo de observação tem de
se dar também na totalização",
concluiu ele.
(FM)
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