São Paulo, sábado, 02 de janeiro de 2010

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Atentado em jogo de vôlei mata 88 e fere 37 no Paquistão

Polícia vê ataque como represália à população por ter se aliado à luta do governo contra insurgência

DA REDAÇÃO

Um atentado suicida com carro-bomba deixou ao menos 88 mortos e 37 feridos no noroeste do Paquistão, informou a polícia. A ação foi uma aparente represália do Taleban contra a população local, que se aliou ao governo central no combate a grupos radicais.
O ataque alvejou o público que assistia a um jogo masculino de vôlei nos arredores do vilarejo de Lakki Marwat, perto do Waziristão do Sul, região da porosa fronteira com o Afeganistão, onde militares paquistaneses respaldados pelos EUA tentam recuperar terreno perdido para os insurgentes.
Segundo autoridades, um camicase a bordo de uma picape acionou os 250 kg de explosivos que levava depois de invadir a quadra e projetar o veículo contra a arquibancada.
O atentado ocorreu numa área rural em que não há hospitais, o que obrigou os moradores locais a levar as vítimas em seus próprios veículos até as cidades mais próximas.
Há relatos de que um segundo terrorista fugiu com a camionete que dirigia sem acionar os explosivos. A polícia teme que a carga possa ser usada em outro atentado.
A autoria da ação não foi reivindicada, mas as autoridades suspeitam que tenha sido resposta do Taleban paquistanês à recente formação de milícias locais alinhadas com os esforços do governo central de Islamabad contra a insurgência.
A ação ocorreu cinco dias depois de um atentado ter deixado 43 mortos em uma procissão xiita na cidade litorânea de Karachi, no sul do país.
O Paquistão afunda em uma espiral de violência que matou ao menos 2.800 desde 2007.
O governo do presidente Asif Ali Zardari enfrenta pressão de dois lados: os EUA cobram dele maior empenho para acabar com a insurgência islâmica local, ligada ao Taleban afegão, que está cada vez mais forte, nove anos após ter sido removido do poder por forças americanas. Mas boa parte da população paquistanesa é antiamericana e acusa Zardari de ser títere de Washington.


Com agências internacionais


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