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Chefão colombiano é morto na Venezuela
Arilio Varela chefiava maior narcocartel colombiano
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
O chefe do maior cartel do
narcotráfico colombiano, Wilber Alirio Varela, um dos homens mais procurados do
mundo, foi assassinado no Estado de Mérida, oeste da Venezuela, revelou uma autópsia
ontem. A morte acontece em
meio a acusações do governo
americano de que o presidente
Hugo Chávez tolera o tráfico de
drogas em seu território.
O corpo de Varela e de um suposto guarda-costas foram encontrados na quarta-feira por
funcionários de um hotel turístico na área rural dos Andes venezuelanos, onde estavam registrados com nomes falsos.
Ambos morreram com disparos de pistola 9 mm na cabeça e
em outras partes do corpo. Até
agora, ninguém foi preso.
Pouco antes da confirmação
da autópsia, o diretor da Polícia
Nacional colombiana, Oscar
Naranjo, disse que Varela "foi
nos últimos anos a principal cabeça das organizações narcotraficantes colombianas. Teve
uma carreira com a pistolagem
e terminou como chefe de uma
organização mafiosa".
Segundo informações do
DEA, a agência americana antidrogas, Varela tinha 50 anos e
havia ingressado no narcotráfico nos anos 1980. Conhecido
também pelo apelido de "Jabón", estava na lista dos dez
mais procurados pelos EUA,
que ofereciam até US$ 5 milhões por informações sobre o
seu paradeiro.
Parceiro de Abadía
Um ex-oficial da polícia colombiana, Varela era o último
grande chefe em atividade do
cartel do Norte do Valle, radicado no departamento de Valle
del Cauca (oeste) e fortalecido
nos anos 1990 após o desmantelamento dos cartéis de Cali e
Medellín. Os outros dois grandes chefes desse cartel eram
Juan Carlos Ramírez Abadía,
preso no Brasil no ano passado,
e Diego León Montoya Sánchez, o "Don Diego", capturado
na Colômbia em setembro.
Nos últimos anos, Varela e
Don Diego travaram uma guerra pelo controle do cartel, com
mais de uma centena de mortes. O DEA estima que saíram
do Norte do Valle rumo aos
EUA cerca de 500 toneladas de
cocaína desde 1999, estimadas
em US$ 10 bilhões.
No ano passado, fontes do governo colombiano haviam dito
que Varela e outros líderes menores do narcotráfico viviam
na Venezuela, país que, segundo Bogotá e Washington, escoa
cerca de um terço da cocaína
produzida no país vizinho.
Em recente visita a Bogotá, o
czar antidrogas americano,
John Walters, acusou Chávez
de ser conivente com o narcotráfico. "É hora de enfrentar o
fato de que o presidente Chávez
está se convertendo num grande facilitador do trânsito de cocaína para a Europa e outras
partes desse hemisfério."
Em resposta, o presidente
venezuelano defendeu o uso da
folha de coca e disse que as declarações fazem parte de um
plano americano para criar um
incidente bélico entre os dois
países. "Eu mastigo coca todos
os dia de manhã", disse na semana passada. "E olhem como
estou", provocou, mostrando
os bíceps.
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