São Paulo, terça-feira, 02 de março de 2010

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Caminho para o sul é retrato da devastação

SILVANA ARANTES
ENVIADA ESPECIAL A TALCA

De um lado, poucos veículos civis e muitos militares. Do outro, um gigantesco congestionamento de carros. A estrada que liga Santiago a Constituición, a cidade com maior número de mortos (356) no terremoto do último sábado no Chile, era ontem um retrato das consequências do desastre.
Ao iniciar o percurso de 380 quilômetros rumo ao sul, no início da tarde de ontem, a Folha se deparou com uma pista quase livre. Nos primeiros 60 quilômetros percorridos, apenas outros 45 carros foram avistados. O contraste com a imagem do lado contrário era total.
Um comboio de 11 tanques e 13 caminhões do Exército chileno tambem seguia em direção à área em que o governo Michelle Bachelet decretou "exceção constitucional por catástrofe". A medida permitiu instituir toque de recolher e entregar às Forças Armadas a segurança da cidade, que anteontem convivia com ameaça de convulsão social.
Apesar de leve, o tráfego avançava lentamente rumo a Constituición. Havia desvios na estrada devido a quedas de pontes e estreitamentos de pistas em trechos em que o asfalto ruiu. A cobrança de pedágios foi suspensa diante dessas condições.
No caminho, o rádio informava que o fornecimento de energia ainda não tinha sido restabelecido em Constituición, mais de 60 horas após o terremoto. Tampouco havia retornado o fornecimento de água. A comunicação por telefone fixo inexistia.
Quanto mais a reportagem se aproximava da cidade, mais drásticos eram os rastros deixados pelo terremoto. Do que até a madrugada de sábado era uma extensa ponte sobre um rio, restava apenas a pilastra central despida de braços de concreto -um palito solto no ar.


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