|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CATÁSTROFE NO CHILE
Lula visita país e oferta hospital de campanha
Brasileiro, primeiro mandatário estrangeiro a ir ao Chile após terremoto, se reúne com colega Bachelet no aeroporto
Presidente diz que turistas brasileiros vão poder voltar para casa em aviões da FAB que forem ao país levando ajuda às vítimas de tremor
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE
SANTIAGO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DO ENVIADO A MONTEVIDÉU
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem uma rápida parada em Santiago para se
reunir com a colega chilena,
Michelle Bachelet, e oferecer
ajuda brasileira para ajudar o
Chile a se reerguer do terremoto que abalou o país no sábado.
Lula se encontrou com Bachelet na base militar do aeroporto internacional de Santiago, fechado ao público comum
desde o terremoto. Ele foi o primeiro mandatário estrangeiro
a visitar o Chile desde o tremor.
"Estamos dispostos a colocar
em prática todo nosso potencial de solidariedade", disse Lula. "Nessas horas temos que ter
paciência para fazer um levantamento real das coisas que
precisam. Não podemos mandar coisas não necessárias."
O governo brasileiro anunciou que vai enviar um hospital
de campanha da Marinha como
primeiro apoio. A ajuda foi definida após reunião em Brasília
em que o embaixador do Chile
expôs as necessidades do país.
A expectativa é que aviões da
FAB (Força Aérea Brasileira)
com os equipamentos decolem
nos próximos dias. Lula disse
que todo avião que voar ao Chile voltará com brasileiros que
desejem voltar. "Se o aeroporto
não for funcionar rapidamente,
vamos dar um jeito de buscar os
brasileiros." Ontem, 30 deles
embarcaram no avião que
acompanha o presidencial.
A partir de amanhã, o aeroporto deve funcionar das 8h às
20h com voos domésticos e das
20h às 8h com voos internacionais. Na sexta voltam operar os
dois juntos, com uma hora de
intervalo entre aterrissagens.
Há diversos pedidos de ajuda
à Embaixada do Brasil em Santiago. De acordo com o Itamaraty, 350 brasileiros ligaram
para a representação até ontem
de manhã. O núcleo de assistência a brasileiros no exterior,
em Brasília, também recebeu
centenas de ligações de pessoas
que procuravam parentes no
Chile -havia pedidos de informações sobre mil brasileiros.
Além de hospitais de campanha para remediar a destruição
de sete hospitais, o embaixador
do Chile, Álvaro Díaz, solicitou
ao Brasil auxílio por meio de
pontes modulares, geradores
de energia, equipes para avaliar
danos e purificadores de água.
Díaz afirmou à Folha que,
mais do que dinheiro, o Chile
necessita de equipes especializadas que possam iniciar de
imediato avaliações e reparos.
Uma questão ainda a ser resolvida é como fazer chegar a
ajuda aos locais mais atingidos
pelo tremor e pelas ondas que
varreram partes do país, disse
Díaz. Uma possibilidade seria
fazer o auxílio chegar por terra
às cidades ao sul de Santiago.
Para discutir a ajuda, Lula
antecipou sua saída do Uruguai, onde fora participar da
posse do presidente José Mujica, e decidiu parar em Santiago
para o encontro com Bachelet.
Ainda em Montevidéu, Lula
disse que não havia discutido a
possibilidade de doação em dinheiro ao país, mas que "obviamente o Brasil estará disposto
a dar ajuda financeira se o Chile precisar de ajuda financeira".
O presidente disse ainda não
ter recebido nenhuma informação sobre brasileiros entre
as vítimas: "Eu gostaria que
não tivesse nenhum brasileiro,
nenhum chileno, nenhum ser
humano sob os escombros".
O governo brasileiro havia
oferecido também enviar equipes de busca e salvamento, mas
o embaixador do Chile no Brasil informou que não seria mais
necessário.
(CRIS BERGER, JOHANNA NUBLAT e EDUARDO SCOLESE)
Texto Anterior: Efeitos do sismo não devem afetar rumo da economia chilena Próximo Texto: Brasileiro pode estar sumido, diz embaixador Índice
|