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São Paulo, sexta-feira, 02 de maio de 2003

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EPIDEMIA

Comunidades da região de Pequim se isolam com barricadas; Canadá volta a registrar dois novos casos da doença

Fora de controle, Sars esvazia Dia do Trabalho na China

DA REDAÇÃO

Por orientação do governo, milhões de trabalhadores chineses passaram um dos dos principais feriados do ano trancados em casa, como parte do esforço para conter o avanço da Sars (síndrome respiratória aguda grave, na sigla em inglês). Ao redor de Pequim, comunidades rurais montaram barreiras para impedir a chegada de pessoas da cidade, onde a doença está fora de controle.
A China é o principal foco mundial da epidemia, que até ontem contava 5.865 casos em mais de 20 países, com 391 vítimas fatais. Na China, 332 morreram em consequência da Sars, o que representa 85% do total, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Pequim, uma das áreas mais atingidas, com mais de cem casos novos todos os dias, já fechou escolas e cinemas e têm cerca de 11 mil pessoas sob quarentena.
Na mesma época do ano passado, 87,1 milhões de pessoas viajaram pelo país, gerando uma receita de cerca de US$ 4 bilhões.
Algumas localidades da região de Pequim chegaram ao extremo de tentar impedir com barreiras de pedra e terra a chegada de eventuais portadores da doença.
Um funcionário da cidade de Xiaotangshan disse que as barreiras foram autorizadas pela administração local. "A prevenção vem em primeiro lugar", disse o funcionário, que não se identificou.

Canadá
Ontem, Toronto anunciou o registro de mais dois novos casos da doença. É uma má notícia para a maior cidade do Canadá, que esta semana conseguiu que a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirasse a advertência contra viagens não-essenciais à cidade, após forte pressão do governo federal.
As vítimas são enfermeiras que conviveram com vítimas da Sars em Toronto, o único lugar fora da Ásia com registros de mortes por causa da doença. Um caso foi classificado de "provável", e o outro, de "suspeito"- ou seja, ainda não foram confirmados.
"Para nós, a notícia representa um retrocesso", afirmou Donald Low, chefe de microbiologia do hospital Mount Sinai.
Segundo o jornal "Toronto Star", os novos casos não provocarão nova advertência da OMS porque eles ocorreram em uma unidade de saúde controlada, sem colocar a população em risco.
Até agora, houve 23 vítimas fatais da Sars na região de Toronto, que registrou 265 dos 346 casos suspeitos ou prováveis no Canadá, segundo o Ministério da Saúde. Mas a OMS registra apenas 147 casos e 20 mortes no país.


Com agências internacionais


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