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Irã deu à Síria radar anti-Israel, diz jornal
Equipamento anularia surpresa de eventual ataque aéreo israelense aos dois países
DE JERUSALÉM
O Irã forneceu à Síria um
sofisticado sistema de radar,
capaz de anular o elemento
surpresa caso Israel decida
atacar as instalações nucleares iranianas.
A transferência, segundo o
jornal "Wall Street Journal",
com base em fontes americanas e israelenses, ocorreu no
meio do ano passado e reforça o eixo militar anti-Israel
formado por Síria, Irã e o grupo xiita libanês Hizbollah.
Irã e Síria negaram a informação, repetindo a reação às
notícias recentes sobre outras transferências de armas.
Há três meses, um jornal
do Kuait noticiou que a Síria
havia transferido ao Hizbollah mísseis Scud, que têm
capacidade para transportar
armas químicas e alcance para atingir Jerusalém. A afirmação foi negada pelos governos sírio e libanês.
O equilíbrio estratégico em
favor de Israel teria ficado
ainda mais comprometido
com o envio do radar iraniano à Síria, que, segundo fontes de segurança americanas
citadas pelo "WSJ", sinaliza
de forma "dramática" a intensificação da aliança militar de Irã, Síria e Hizbollah.
Além de servir como alerta
para o Irã, o radar também
fortaleceria a defesa da própria Síria, que, mesmo contando com mísseis terra-ar
russos, não conseguiu evitar
o ataque aéreo israelense de
2007, que destruiu o que seria uma instalação nuclear síria em estágio inicial.
Embora negada em Damasco e Teerã, a notícia reforçou a preocupação de Israel com a crescente coordenação, sobretudo pela convicção de que qualquer transação militar entre Síria e Irã
acaba resultando em mais armas no arsenal do Hizbollah.
Nos últimos meses, autoridades israelenses acusaram
os dois países de abastecer o
Hizbollah com mísseis M-600, de fabricação síria, capazes de atingir alvos em Tel
Aviv com extrema precisão,
além de armas antiaéreas.
O compartilhamento de
dados do radar iraniano ainda acarretaria o aumento da
precisão dos mísseis do Hizbollah e da capacidade de
sua defesa antiaérea.
Desde a segunda Guerra
do Líbano, em 2006, quando
Israel e Hizbollah se confrontaram, acredita-se que o grupo xiita tenha ampliado significativamente o seu arsenal
e o alcance de seus mísseis.
Rumores de uma nova
guerra vêm circulando na
imprensa da região desde o
começo do ano, alimentados
por bravatas e movimentações militares dos dois lados.
Caso tenha de fato ocorrido, a transferência do radar à
Síria representa violação da
segunda rodada de sanções
da ONU contra o Irã, de 2007,
que proíbe o país de exportar
equipamentos militares.
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