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INTIFADA
Exército israelense mata 13 palestinos no fim de semana; violência prejudica perspectivas de negociações de paz
Violência recrudesce no Oriente Médio
DA REDAÇÃO
Tropas israelenses mataram 13
palestinos neste fim de semana,
entre eles duas crianças, que morreram em um ataque de helicóptero. A violência parece encerrar
as perspectivas de negociações
imediatas de paz entre israelenses
e palestinos, depois de quase dois
anos de confrontos sangrentos (a
Intifada, o levante palestino contra a ocupação israelense, começou em setembro de 2000).
Ontem soldados israelenses
mataram quatro palestinos na cidade de Hebron (Cisjordânia),
numa operação que os palestinos
qualificaram de "morte de trabalhadores inocentes".
Um porta-voz do Exército israelense declarou que os soldados
abriram fogo contra homens próximos a um assentamento judaico, em atitude suspeita.
Em outra região da Cisjordânia,
soldados israelenses invadiram o
campo de refugiados de Jenin e
mataram Abde Karim Sadi, 16,
com um tiro pelas costas, segundo o grupo extremista Jihad Islâmico.
No sábado, na cidade de Tubas
(Cisjordânia), helicópteros israelenses dispararam mísseis contra
o carro de um membro do grupo
armado Brigadas dos Mártires de
Al Aqsa. No ataque morreram
Rafat Daraghmeh, dois adolescentes que estavam no carro e
duas crianças que estavam nas
proximidades. Outras sete pessoas ficaram feridas.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, criticou Israel pelas recentes mortes
e acusou o governo de inviabilizar
deliberadamente as frágeis tentativas de um cessar-fogo.
Arafat disse que "o que ocorreu
não foi um massacre, mas vários
massacres, motivados pelas autoridades políticas e militares de Israel que querem encerrar o processo de paz".
O presidente de Israel, Moshe
Katzav, antigo membro do partido de direita Likud (do primeiro-ministro Ariel Sharon) que agora
ocupa um cargo cerimonial, disse
durante uma visita a uma escola
israelense que o Exército deve rever suas táticas.
"É preciso averiguar se houve
precipitação. Se o Exército chegar
à conclusão de que houve, decidiremos o que fazer -mas seria
precipitado tirar conclusões neste
momento", disse ele.
Sharon deixou claro que a sua
prioridade máxima é evitar possíveis ataques palestinos.
"Estamos empenhados na paz.
Mas é necessário entender uma
coisa: para ter paz você precisa saber como defender a paz, conservar a paz, evitar ataques", declarou o premiê.
Hizbollah
Um soldado israelense morreu
ontem em consequência dos ferimentos de um ataque feito pela
guerrilha libanesa Hizbollah contra posições militares de Shebaa,
região reivindicada pelo Líbano.
Um porta-voz do Exército israelense disse que Ofir Meshal, 20,
proveniente do assentamento de
Maaleh Adumim, morreu em um
hospital de Israel depois de ter sido gravemente ferido.
Palestinos criticam EUA
Vários dirigentes palestinos criticaram ontem o que vêem como
o silêncio da comunidade internacional, sobretudo dos EUA, a
respeito dos ataques de Israel na
Cisjordânia, classificando-os de
"terrorismo de Estado".
"Pedimos que a comunidade internacional faça frente a este derramamento de sangue, ao terrorismo de Estado. Nem o governo
norte-americano nem qualquer
outro Estado denunciou a morte
de crianças palestinas", disse o
negociador palestino Saeb Erakat.
Nabil Abu Rudeina, conselheiro
de Iasser Arafat, disse que os dirigentes palestinos pretendem pedir uma reunião de urgência do
Conselho de Segurança da ONU.
"Esta escalada tem o objetivo de
aterrorizar o povo palestino e forçá-lo a uma rendição. É terrorismo de Estado", acusou Erakat. "O
presidente dos EUA disse que lutaria contra o terrorismo, mas
Washington deve saber que está
dando o seu aval ao pior ato de
terrorismo no mundo."
Ao menos 1.530 palestinos e 589
israelenses já morreram na Intifada (levante palestino contra a
ocupação israelense), iniciada em
setembro de 2000.
Com agências internacionais
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