São Paulo, domingo, 02 de setembro de 2007

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Novo livro de Arrighi revisita Adam Smith

DA EDITORA DE MUNDO

Diferentemente de muitos acadêmicos que vêm de uma tradição de esquerda, o sociólogo e economista italiano Giovanni Arrighi é um otimista.
Em 1994, quando o o historiador Eric Hobsbawm publicou a sua "Era dos Extremos" -que terminava com prognósticos sombrios sobre as conseqüências da vitória dos Estados Unidos na Guerra Fria do "breve século 20"-, Arrighi lançava "O Longo Século 20", em que apostava na emergência do Leste Asiático.
Em "Adam Smith em Pequim", Arrighi retoma agora previsão feita no século 18 pelo economista político inglês, em "A Riqueza das Nações", de que um dia "os nativos desses países [conquistados então pelos europeus] possam se tornar mais fortes, ou os da Europa possam se tornar mais fracos", de modo que "os habitantes de todos os quadrantes do mundo possam chegar à igualdade de coragem e força que, ao inspirar o temor mútuo", leve a "algum tipo de respeito de uns pelos direitos dos outros". Essa é uma possibilidade, diz o sociólogo, diante da emergência não só da China como de outros países do Sul geopolítico.
Mas Arrighi é um otimista paradoxalmente realista. Um mundo menos hierárquico dependerá "do que as pessoas fizerem". Primeiro porque, descreve, os EUA ainda são dominantes e seus estrategistas se debruçam sobre meios de deter os novos poderes. Além do mais, acautela, uma eventual equalização entre os países ricos e o resto dependerá de os primeiros mudarem seu modo de vida, pois a própria China está provando que é impossível que todo o planeta alcance o nível de consumo das nações que se industrializaram primeiro.


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