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Novo livro de Arrighi revisita Adam Smith
DA EDITORA DE MUNDO
Diferentemente de muitos acadêmicos que vêm
de uma tradição de esquerda, o sociólogo e economista italiano Giovanni
Arrighi é um otimista.
Em 1994, quando o o
historiador Eric Hobsbawm publicou a sua "Era
dos Extremos" -que terminava com prognósticos
sombrios sobre as conseqüências da vitória dos Estados Unidos na Guerra
Fria do "breve século
20"-, Arrighi lançava "O
Longo Século 20", em que
apostava na emergência
do Leste Asiático.
Em "Adam Smith em
Pequim", Arrighi retoma
agora previsão feita no século 18 pelo economista
político inglês, em "A Riqueza das Nações", de que
um dia "os nativos desses
países [conquistados então pelos europeus] possam se tornar mais fortes,
ou os da Europa possam se
tornar mais fracos", de
modo que "os habitantes
de todos os quadrantes do
mundo possam chegar à
igualdade de coragem e
força que, ao inspirar o temor mútuo", leve a "algum
tipo de respeito de uns pelos direitos dos outros".
Essa é uma possibilidade,
diz o sociólogo, diante da
emergência não só da China como de outros países
do Sul geopolítico.
Mas Arrighi é um otimista paradoxalmente
realista. Um mundo menos hierárquico dependerá "do que as pessoas fizerem". Primeiro porque,
descreve, os EUA ainda
são dominantes e seus estrategistas se debruçam
sobre meios de deter os
novos poderes. Além do
mais, acautela, uma eventual equalização entre os
países ricos e o resto dependerá de os primeiros
mudarem seu modo de vida, pois a própria China
está provando que é impossível que todo o planeta alcance o nível de consumo das nações que se industrializaram primeiro.
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