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Benazir diz não haver mais acordo com ditador
Segundo ex-premiê, que promete voltar em breve ao país, falta consenso para dividir poder no Paquistão
DA REDAÇÃO
A ex-premiê paquistanesa
Benazir Bhutto afirmou ontem
que não chegou a nenhum
acordo com o ditador Pervez
Musharraf sobre uma eventual
partilha de poder no país. "Não
se chegou a nenhum entendimento", afirmou ontem em
Londres, onde vive exilada.
Ela também disse que voltará
ao país "muito brevemente".
Em troca de apoio às pretensões de Musharraf, que pretende concorrer a mais um mandato de cinco anos, Benazir queria
o arquivamento das acusações
de corrupção contra ela e seu
governo e a retirada do dispositivo constitucional que proíbe a
eleição de ex-premiês.
Musharraf também teria que
deixar o comando das Forças
Armadas, como previsto na legislação do país, e abrir mão do
dispositivo que o autoriza a dissolver governo e Parlamento.
Após uma série de idas e vindas, Chaudhry Shujaat Hussain, um dos aliados mais próximos de Musharraf, afirmou sexta que o general de fato pode
deixar a farda antes das eleições parlamentares no país,
previstas para a primeira semana de janeiro.
Na quarta, Benazir dissera
que o general concordara em
deixar o posto militar antes de
concorrer à reeleição com parte de uma negociação pela partilha do poder. Na quinta, fontes oficiais negaram tal acerto.
A declaração de Hussain sinaliza que a intenção de o general deixar o poder militar não
está relacionada a negociações
com Benazir. Segundo ele, a razão seria o temor de que a Suprema Corte considerasse seu
cargo inconstitucional.
Musharraf, que governou em
relativa tranqüilidade por anos
após o golpe de 1999, sofreu importantes derrotas políticas em
2007. Um acordo com o laico
PPP, de Benazir, é visto como
uma possibilidade de sobrevida
política ao general e é abertamente apoiado pelos EUA. A
aliança sofre, porém, rejeição
intensa da principal legenda
aliada do ditador, o PLM-Q
(Partido da Liga Muçulmana
Quaid-e-Azam), que tem maioria no Parlamento.
O general, cujo mandato expira em novembro, encontra-se
em meio a acirrada disputa política com os dois ex-primeiros-ministros exilados: Nawaz Sharif, que controla um partido
oriundo da Liga Muçulmana
(PLM-N), e Benazir, do PPP.
Ele afirmou que convocará
eleições entre 15 de setembro e
15 de outubro, no prazo legal.
Com agências internacionais
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