São Paulo, sexta-feira, 02 de setembro de 2011

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Casa Branca corta pela metade a previsão de crescimento dos EUA

Desafio de Obama nas próximas eleições será baixar o desemprego, previsto para ficar em 9%

Indústria mundial dá sinais de estar próxima da retração, o que é um sinal negativo para a economia neste ano

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

O governo americano reduziu quase pela metade a previsão de crescimento da economia neste ano e disse que o desemprego vai continuar em 9% em 2012, um desafio para os planos de reeleição do presidente Barack Obama. Segundo o Escritório de Administração e Orçamento da Casa Branca, o PIB dos EUA vai crescer 1,6%, ou seja, 1,5 ponto percentual menos que a estimativa anterior, de fevereiro.
O resultado é reflexo dos números do primeiro semestre -em que a maior economia global teve uma expansão inferior a 1%- e é insuficiente para fazer com que o desemprego tenha uma queda significativa.
A taxa de desemprego ficou em 9,1% em julho (o resultado de agosto será conhecido hoje) e a estimativa do governo é que ela continue nesse patamar no ano que vem, muito distante dos números de 2007, quando girava em torno de 5%. A recuperação da economia americana é considerada fundamental para o sucesso de Obama nas eleições do ano que vem, mas no momento crescem os temores de que os EUA possam estar mergulhando novamente em uma recessão.
O último ciclo negativo da economia dos EUA durou 18 meses, até junho de 2009, e foi o mais longo desde a Grande Depressão. Os números atuais dos EUA e das outras grandes economias mundiais não são promissores. O índice de produção industrial global, medido pelo JPMorgan, recuou em agosto pelo sexto mês consecutivo. Está no menor patamar desde junho de 2009, muito próximo do valor que mostra que o setor está em retração.
O indicador aponta que a fraqueza está espalhada e não existe nenhuma grande economia que se destaque positivamente -na melhor das hipóteses, há indústrias que têm expansão fraca. O Brasil é um exemplo, já que, por este indicador, a indústria enfrentou em agosto o terceiro mês consecutivo de retração e teve o pior resultado em mais de dois anos.
As indústrias dos países em desenvolvimento sofrem com o enfraquecimento das economias ricas, que importam menos. A indústria das nações desenvolvidas conta com as compras dos emergentes para compensar os problemas em casa.


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