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São Paulo, quinta-feira, 02 de outubro de 2003

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Americanos querem promotor especial para investigar caso CIA

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

Sete em dez americanos são a favor da designação de um promotor especial para investigar as alegações de que membros do governo George W. Bush teriam vazado para a imprensa o nome de uma agente da CIA (serviço secreto dos EUA), mostra pesquisa "The Washington Post/ABC".
Segundo a pesquisa, realizada na noite de terça-feira, 68% dos entrevistados tiveram conhecimento das suspeitas, dos quais 83% consideram o assunto sério.
Anteontem, o Departamento da Justiça, ligado à Presidência dos EUA, determinou a abertura de uma investigação na sede do governo americano.
Ontem, a Casa Branca informou que seus funcionários iniciaram uma pesquisa em registros telefônicos para tentar determinar a identidade de quem tornou público a um jornalista de Washington que Valerie Plame, mulher de um crítico do presidente George W. Bush, trabalhava para a CIA.
O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, admitiu que os funcionários poderão ser submetidos a detectores de mentiras.
O vazamento do nome de Plame, segundo seu marido, o ex-embaixador no Iraque Joseph Wilson, teria tido o objetivo de intimidá-lo. Wilson desmentiu, em julho, informação contida em discurso do presidente Bush sobre uma suposta compra de urânio que Saddam Hussein teria feito na África.
O vazamento do nome de sua mulher, segundo Wilson, teria partido do principal assessor de Bush, Karl Rove -que nega a acusação. Wilson é visto como simpatizante do Partido Democrata, de oposição a Bush, e chegou a contribuir para um de seus pré-candidatos à eleição de 2004.
Revelar o nome de agentes da CIA é crime federal nos EUA, punível com até dez anos de prisão.


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