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Argentina diz que caso da mala não vai ficar impune
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
O chefe-de-gabinete da presidente Cristina Kirchner, Sergio Massa, afirmou ontem
diante da Câmara de Deputados da Argentina que não haverá impunidade no país em relação ao chamado caso da mala,
em que o empresário Guido
Antonini Wilson tentou entrar
com US$ 800 mil no país em
agosto do ano passado.
Segundo Massa, o governo
não pretende "dar proteção ou
imunidade a ninguém". Em julgamento conduzido nos EUA, a
Promotoria afirma que o dinheiro seria uma doação do governo da Venezuela à campanha eleitoral de Cristina.
Massa, no cargo desde julho,
fez seu primeiro informe à Câmara, e, em meio a tumultos,
teve de responder dúvidas da
oposição sobre os principais
problemas do governo, como o
caso da mala e a suspeita de manipulação do índice de inflação.
Diante de evasivas do chefe-de-gabinete ao responder algumas perguntas e das críticas
feitas a ex-presidentes de seu
partido, os deputados da opositora UCR abandonaram o recinto, em meio a gritos, antes
de terminada a sessão.
O protesto dos congressistas
foi provocado pelo líder do bloco kirchnerista na Câmara,
Agustín Rossi, que disse que o
governo do ex-presidente Raúl
Alfonsín (1983-1989) "federalizou a hiperinflação e os saques", justamente no dia em
que o ex-mandatário recebeu
uma homenagem do governo.
O Congresso argentino foi
palco de outro conflito ontem,
quando o Senado aprovou o
projeto dos chamados "aumentos móveis" de aposentadorias.
Aposentados e sindicalistas
que queriam entrar no Congresso para acompanhar a votação entraram em confronto
com a polícia no local, e várias
pessoas sofreram ferimentos
leves. O governo conseguiu
aprovar o polêmico projeto,
apesar das críticas da oposição,
que afirma que a fórmula pela
qual se determinam os aumentos é incompreensível.
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