São Paulo, quinta-feira, 02 de outubro de 2008

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Argentina diz que caso da mala não vai ficar impune

ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES

O chefe-de-gabinete da presidente Cristina Kirchner, Sergio Massa, afirmou ontem diante da Câmara de Deputados da Argentina que não haverá impunidade no país em relação ao chamado caso da mala, em que o empresário Guido Antonini Wilson tentou entrar com US$ 800 mil no país em agosto do ano passado.
Segundo Massa, o governo não pretende "dar proteção ou imunidade a ninguém". Em julgamento conduzido nos EUA, a Promotoria afirma que o dinheiro seria uma doação do governo da Venezuela à campanha eleitoral de Cristina.
Massa, no cargo desde julho, fez seu primeiro informe à Câmara, e, em meio a tumultos, teve de responder dúvidas da oposição sobre os principais problemas do governo, como o caso da mala e a suspeita de manipulação do índice de inflação.
Diante de evasivas do chefe-de-gabinete ao responder algumas perguntas e das críticas feitas a ex-presidentes de seu partido, os deputados da opositora UCR abandonaram o recinto, em meio a gritos, antes de terminada a sessão.
O protesto dos congressistas foi provocado pelo líder do bloco kirchnerista na Câmara, Agustín Rossi, que disse que o governo do ex-presidente Raúl Alfonsín (1983-1989) "federalizou a hiperinflação e os saques", justamente no dia em que o ex-mandatário recebeu uma homenagem do governo.
O Congresso argentino foi palco de outro conflito ontem, quando o Senado aprovou o projeto dos chamados "aumentos móveis" de aposentadorias.
Aposentados e sindicalistas que queriam entrar no Congresso para acompanhar a votação entraram em confronto com a polícia no local, e várias pessoas sofreram ferimentos leves. O governo conseguiu aprovar o polêmico projeto, apesar das críticas da oposição, que afirma que a fórmula pela qual se determinam os aumentos é incompreensível.


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