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Plebiscitos estaduais também têm disputa amarga
ADAM TANNER
DA REUTERS
Em batalhas paralelas à da campanha presidencial norte-americana, que também ocorrem hoje,
ativistas estão investindo milhões
de dólares em propagandas sobre
questões propostas em plebiscito,
como o casamento homossexual
e a pesquisa com células-tronco.
Em alguns Estados, essas disputas são tão agressivas e emocionais quanto a batalha entre o presidente George W. Bush e seu adversário democrata, John Kerry.
Por exemplo, na Califórnia o
governador Arnold Schwarzenegger advertiu que "os índios estão nos explorando" ao afirmar
sua oposição ao aumento do número de cassinos indígenas.
O ator tetraplégico Christopher
Reeve, morto neste mês, é o porta-voz, em comercial de TV, para
uma iniciativa estadual que daria
US$ 6 bilhões para a pesquisa
com células-tronco, também em
votação na Califórnia.
"Por favor, apóiem a proposta
71. E levantem-se por aqueles que
não podem fazê-lo", pede Reeve,
de maneira comovente.
Em outro comercial bastante
duro em favor de uma proposta
para ampliar a verba da polícia de
Los Angeles, uma mulher em situação de perigo disca freneticamente o 911 (número de emergência policial) e pede ajuda contra um intruso que se aproxima
de seu quarto. Depois grita: "Não!
Não!". E a imagem é substituída
pelo som de um coração batendo.
"A propaganda tende a não se
personalizar tanto, porque não se
está falando mal de indivíduos",
disse John Matsusaka, diretor do
Initiative & Referendum Institute. "Os argumentos são enganosos, e sabemos que as pessoas escolhem os fatos em que desejam
acreditar, mas o clima não se torna tão agressivo quanto nas eleições que envolvem candidatos".
Imigrantes e homossexuais
Uma das propostas levadas a
plebiscito pode ter impacto direto
sobre a disputa presidencial.
Os eleitores do Colorado decidirão se querem dividir os nove votos do Estado no Colégio Eleitoral
proporcionalmente, de acordo
com os resultados do voto popular, começando com o pleito de
hoje. Abandonar o sistema que
concede todos os votos do Estado
no Colégio Eleitoral ao vencedor
estadual do pleito pode beneficiar
o derrotado. Um juiz federal autorizou, nesta semana, o prosseguimento da votação.
Se o Estado tivesse dividido seus
votos proporcionalmente em
2000, o democrata Al Gore teria
sido eleito presidente.
Outros Estados estão votando
sobre questões contenciosas em
termos nacionais, como o casamento homossexual, que conquistou manchetes depois que
mais de 4.000 casais homossexuais se casaram oficialmente em
San Francisco alguns meses atrás.
Os eleitores em uma dúzia de
Estados, entre os quais Michigan,
Ohio, Kentucky, Geórgia e Arkansas, devem votar em favor da
proibição a casamentos homossexuais, seguindo o exemplo de leis
aprovadas no Missouri e em Louisiana nas últimas semanas.
Diversos Estados, entre os quais
Flórida e Califórnia, estão considerando reformas na legislação
que rege processos judiciais, para
conter a expansão no número de
ações movidas a cada ano.
A Lei de Proteção ao Contribuinte e ao Cidadão do Arizona
retoma um tema que dividiu a Califórnia uma década atrás, a negação de benefícios dos serviços públicos aos imigrantes ilegais. Uma
proposta nesse sentido foi aprovada em plebiscito na Califórnia,
mas sua adoção foi bloqueada por
decisões do Judiciário.
Nos Estados Unidos, os eleitores decidirão se imporão novos
impostos e autorizarão novos
gastos. Por exemplo, o Arizona
pode impor um imposto com
prazo de 20 anos para arrecadar
fundos para projetos de transporte coletivo na área de Phoenix. Os
residentes de Montana decidirão
se querem gastar US$ 10 milhões
para combater ervas daninhas.
O Alasca e o Maine votarão sobre propostas para proibir que caçadores atraiam ursos para fora
dos bosques usando biscoitos,
mel, gordura animal ou outros tipos de alimentos.
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