São Paulo, quarta-feira, 02 de novembro de 2011

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Brasil é o 82º na igualdade entre os gêneros

Entre vizinhos, país ganha só do Suriname no ranking do Fórum Econômico Mundial

LUCIANA COELHO

DE WASHINGTON

O Brasil tem agora uma presidente mulher, mas continua mal na fotografia da disparidade entre os gêneros: dos vizinhos na América do Sul, só o Suriname está pior na lista lançada ontem pelo Fórum Econômico Mundial.
Em 82º lugar entre 135 avaliados, o país subiu três posições em relação a 2010, ano em que tivera seu pior posto desde que o estudo começou a ser feito, em 2006.
Em parte a melhora se deve à eleição de Dilma Rousseff, em parte à oscilação positiva na renda das mulheres comparada à dos homens que exercem a mesma função.
Paradoxalmente, atuação política é o critério em que o Brasil tem sua pior performance: fica em 114º - apenas 21 países são piores; a maioria delas, islâmicos que diferem as mulheres na lei.
A nota recebida por nós -0,668, numa escala até 1- é pior que a de 2008 e 2009.
"A participação das mulheres na força de trabalho [no Brasil] ainda é de 64%, abaixo da dos homens (85%). E elas são só 36% dos legisladores, autoridades públicas de primeiro escalão e gerentes", afirma o texto.
"O que elas ganham ainda está abaixo de dois terços da renda dos homens; e no Congresso, são apenas 9%."
O Brasil vai muito bem em acesso à saúde e expectativa de vida (o abismo entre os gêneros é considerado fechado nesse quesito, assim como em outras 37 nações) e fica no meio da lista em educação (66º) e em oportunidade econômica (68º).
Representatividade política é um problema da América Latina e do Caribe, região que só não se sai pior do que o Oriente Médio. De forma geral, porém, o subcontinente fechou 68% do abismo.
Entre os sul-americanos, o Suriname é o pior classificado (104º), seguido por Brasil (82º) e Colômbia, que despencou 25 postos, para 80º. Argentina (28ª) e Guiana (38ª) lideram o bloco, seguidas por Equador, Chile, Uruguai, Bolívia e Venezuela.
Já entre Brics, exceto pela Índia (113ª), África do Sul (14ª) Rússia (43ª) e China (61ª) nos superam.
No topo da lista, estão Islândia, Noruega, Finlândia, Suécia e Irlanda. No pé, Arábia Saudita, Mali, Paquistão, Chade e Iêmen.
O estudo é assinado pelos economistas Ricardo Hausmann (Harvard) e Laura Tyson (Universidade da Califórnia em Berkley), pela pesquisadora do Fórum Econômico Mundial para gênero, Yasmina Belhouche, e por sua diretora, Saadia Zahidi.


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