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UE fará reunião extraordinária sobre gás
Interrupção do fornecimento russo à Ucrânia começa a afetar países do bloco, apesar de promessas em contrário de Moscou
Rússia acusa Kiev de desviar combustível destinado ao mercado europeu; 80% das exportações para a Europa transitam pela Ucrânia
DA REDAÇÃO
A União Europeia discutirá
em reunião extraordinária o
impasse entre as estatais energéticas da Ucrânia e da Rússia,
que já começa a afetar o envio
de gás para alguns países do
bloco. "Sentimos que a situação
agora evoluiu para um ponto
que justifica um encontro extraordinário", disse ontem Radek Honzak, porta-voz da República Tcheca, que ocupa a
presidência rotativa da UE.
A Ucrânia está desviando
uma parte do gás destinado à
UE desde que a Rússia suspendeu, anteontem, as remessas
para a ex-república soviética.
Pelos dutos da ex-república soviética são transportadas 80%
das exportações da gigante russa Gazprom para a Europa.
Praga classificou a crise como "problema bilateral", mas
iniciou esforços diplomáticos
para evitar o desabastecimento. Ontem, o premiê Mirek Topolanek encontrou funcionários do governo ucraniano.
Além da reunião do bloco, na
próxima segunda-feira, a presidência da UE anunciou planos
de reunir-se com Moscou.
A pressão nos gasodutos baixou ontem na Hungria e na Polônia, e alguns países nos Bálcãs relataram ter recebido menos gás do que o esperado, contrariando a promessa feita por
Moscou e Kiev de que não haveria impacto no fornecimento. A redução não atingiu a ainda a Alemanha, principal compradora de gás russo.
"A Ucrânia admite abertamente que está roubando gás e
não tem vergonha disso", disse
ontem Sergei Kuprianov, porta-voz da Gazprom, que intensificou o uso de rotas alternativas, incluindo Belarus.
A ucraniana Naftogaz afirma
que o desvio, equivalente a 7%
das exportações diárias para a
UE, é uma exigência técnica para manter a pressão nos gasodutos e diz que não usará suas
reservas para facilitar as exportações russas.
O efeito do impasse entre
Kiev e Moscou não deve ser
sentido por consumidores europeus nas próximas semanas,
segundo especialistas. Um prolongamento da crise, porém,
pode afetar o continente, que
importa da Rússia um quarto
do gás que consome. Desde
2006, quando a interrupção do
envido de gás à Ucrânia teve reflexos imediatos na UE, os países aumentaram seus estoques.
A ruptura política entre o
Kremlin e a Ucrânia, ex-república soviética e aspirante a
membro da Otan, alimenta tensões entre as estatais. A Gazprom e Naftogaz não chegaram
a um consenso sobre o preço a
ser pago pelo gás em 2009 e sobre supostas dívidas -que Kiev
considera quitadas.
Com agências internacionais
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