São Paulo, domingo, 03 de abril de 2005

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A MORTE DO PAPA

João Paulo 2º foi foco de preocupação na Ásia, Europa, América e Oceania, mesmo onde só a minoria da população é católica

Mundo todo faz homenagens a pontífice

DA REDAÇÃO

A notícia da morte do papa João Paulo 2º fez com que a multidão, estimada em 60 mil pessoas, aglomerada na praça de São Pedro, irrompesse em aplausos (ma Itália, símbolo de respeito) enquanto os sinos dobravam e as pessoas choravam abertamente.
Antes do anúncio de sua morte, protestantes, muçulmanos, judeus e até ateus se uniram aos católicos em todo o mundo para homenagear o papa João Paulo 2º.
Velas e orações foram a marca de homenagens na França, Alemanha, Inglaterra e Áustria. Mesmo países da Ásia e da Oceania, onde apenas a minoria da população é católica, o dia foi marcado por ansiedade por notícias e celebração a João Paulo 2º até o anúncio de sua morte.
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, dizia acompanhar preocupado as notícias sobre a saúde do papa, a quem chamou de "campeão da dignidade humana". Bush abriu sua fala semanal de rádio falando sobre o pontífice.
Entre os não-católicos, a homenagem a João Paulo 2º tende a creditá-lo pelo fim de guerras, a propagação da democracia e o combate à animosidade religiosa. Ele é visto como advogado da paz e da responsabilidade.
Segundo Bobby Brown, diretor internacional do Congresso Judeu Mundial, em Israel, com João Paulo 2º, a Igreja Católica se tornou aliada do povo judeu.
Hafid Ouardiri, porta-voz da mesquita de Genebra, disse que os muçulmanos vão lembrar de João Paulo 2º por seus esforços para levar paz às comunidades.
Na Ásia, um porta-voz do governo chinês, que se opõe à autoridade do papa sobre os católicos do país, expressou sua preocupação ante a morte do pontífice. A imprensa do país, entretanto, censurou a agonia de João Paulo 2º. Segundo o Vaticano, três pessoas ligadas à Igreja Católica, proscrita na China, foram presas recentemente.
Católicos se reuniram no Paquistão e mesmo no Iraque para rezar pelo papa. A presidente das Filipinas, Gloria Arroyo, ressaltou a coragem do papa como fonte de força e esperança para os fiéis.
O papa também esteve no centro das preocupações da população da Tailândia, onde a maioria da população é budista, na Malásia, de maioria muçulmana, e mesmo na Índia, onde os católicos são apenas 2% da população. Os jornais do Japão também deram atenção especial ao assunto.
A Igreja Católica de Hong Kong celebrou missas enaltecendo o caminho trilhado pelo nos quase 27 anos de liderança do papa. O líder político de Hong Kong Donald Tsang foi a Roma, onde se juntou à multidão que reza por ele.
O premiê da Austrália, John Howard, saudou o papa como um grande chefe religioso e por sua luta pela liberdade.
Na terra natal do papa, a Polônia, uma missa reuniu uma multidão na cidade de Wadowice, no sul do país, onde Karol Wojtyla nasceu há 84 anos. A basílica ficou aberta toda a noite e gente de toda a Polônia e de fora do país se dirigiu à cidade em homenagem ao papa. Alguns de seus conterrâneos chegaram a cogitar a idéia do retorno do corpo do pontífice para ser enterrado em sua terra natal, já que João Paulo 2º não declarou onde queria ser enterrado.
Em Cuba, a TV estatal permitiu que a igreja informasse a condição de saúde do papa.


Com agências internacionais

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