São Paulo, sexta-feira, 03 de maio de 2002

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IMPRENSA

Guerras e cerceamento tornam 2001 "difícil" para a profissão, diz ONG

Prisão de jornalistas cresce 50%

PAMELA SAMPSON
DA ASSOCIATED PRESS, EM PARIS

Trinta e um jornalistas morreram no cumprimento de suas funções e 110 estavam presos no final de 2001, ano descrito como "difícil" para a liberdade de imprensa no mundo, segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), sediada em Paris.
Em seu relatório anual, a RSF disse que a pior repressão à imprensa aconteceu em países com regimes unipartidários, como Síria e Iraque, ditaduras militares, como Mianmar, e monarquias como a Arábia Saudita.
"Quase um terço da população mundial ainda vive em países onde não há liberdade de imprensa", disse o relatório, citando a China, onde existe apenas um partido político autorizado, como a pior infratora dos direitos humanos entre os países de regime comunista.
Embora o número de jornalistas assassinados em 2001 tenha sido inferior ao dos que foram mortos no ano anterior (32), 489 jornalistas foram detidos para interrogatório no ano passado -um salto de 50% em relação ao ano 2000.
"Mais e mais jornalistas foram presos por denunciar casos de malversação de fundos públicos, por criticar representantes do governo ou simplesmente por expressar preocupações de qualquer tipo", disse o grupo em seu documento.
O número de ataques e ameaças a jornalistas subiu 40%, chegando a 716, e o número de incidentes em que jornais sofreram censura aumentou 28%, chegando a 378 incidentes.
O número de jornalistas que continuavam presos no final de 2001 subiu para 110, contra 74 um ano anterior -um aumento de quase 50%. Mianmar e Irã tinham o maior número de jornalistas na cadeia: 18.
O relatório disse que "a nova natureza dos conflitos armados", em que os Exércitos regulares, cada vez mais, são substituídos por combatentes não organizados, torna o trabalho dos jornalistas mais perigoso.
Alguns jornalistas que trabalhavam nos territórios palestinos foram atacados por tropas israelenses, disse o relatório.
As democracias ocidentais não escaparam das críticas. O relatório disse que medidas foram tomadas nos Estados Unidos e no Canadá para contestar o direito de jornalistas de não revelar suas fontes, e a França e a Alemanha foram citadas por terem detido e processado jornalistas.



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