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IMPRENSA
Guerras e cerceamento tornam 2001 "difícil" para a profissão, diz ONG
Prisão de jornalistas cresce 50%
PAMELA SAMPSON
DA ASSOCIATED PRESS, EM PARIS
Trinta e um jornalistas morreram no cumprimento de suas
funções e 110 estavam presos no
final de 2001, ano descrito como
"difícil" para a liberdade de imprensa no mundo, segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), sediada em Paris.
Em seu relatório anual, a RSF
disse que a pior repressão à imprensa aconteceu em países com
regimes unipartidários, como Síria e Iraque, ditaduras militares,
como Mianmar, e monarquias
como a Arábia Saudita.
"Quase um terço da população
mundial ainda vive em países onde não há liberdade de imprensa", disse o relatório, citando a
China, onde existe apenas um
partido político autorizado, como
a pior infratora dos direitos humanos entre os países de regime
comunista.
Embora o número de jornalistas assassinados em 2001 tenha sido inferior ao dos que foram mortos no ano anterior (32), 489 jornalistas foram detidos para interrogatório no ano passado -um
salto de 50% em relação ao ano
2000.
"Mais e mais jornalistas foram
presos por denunciar casos de
malversação de fundos públicos,
por criticar representantes do governo ou simplesmente por expressar preocupações de qualquer tipo", disse o grupo em seu
documento.
O número de ataques e ameaças
a jornalistas subiu 40%, chegando
a 716, e o número de incidentes
em que jornais sofreram censura
aumentou 28%, chegando a 378
incidentes.
O número de jornalistas que
continuavam presos no final de
2001 subiu para 110, contra 74 um
ano anterior -um aumento de
quase 50%. Mianmar e Irã tinham
o maior número de jornalistas na
cadeia: 18.
O relatório disse que "a nova
natureza dos conflitos armados",
em que os Exércitos regulares, cada vez mais, são substituídos por
combatentes não organizados,
torna o trabalho dos jornalistas
mais perigoso.
Alguns jornalistas que trabalhavam nos territórios palestinos foram atacados por tropas israelenses, disse o relatório.
As democracias ocidentais não
escaparam das críticas. O relatório disse que medidas foram tomadas nos Estados Unidos e no
Canadá para contestar o direito
de jornalistas de não revelar suas
fontes, e a França e a Alemanha
foram citadas por terem detido e
processado jornalistas.
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