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EUA trabalham nos bastidores por sucesso de plano
JAMES BENNET
DO "NEW YORK TIMES" EM JERUSALÉM
Em busca de resultados concretos no encontro na Jordânia amanhã, autoridades americanas estão trabalhando nos bastidores
para assegurar que israelenses e
palestinos concordem com as declarações oficiais que cada um dos
dois lados terá de fazer sobre as
suas obrigações na primeira etapa
do novo plano de paz.
As declarações devem servir de
ponto de partida para a implementação do plano de paz, além
de ser o principal resultado do encontro entre o presidente dos
EUA, George W. Bush, com os
premiês israelense, Ariel Sharon,
e palestino, Abu Mazen.
As autoridades americanas querem que Israel faça uma declaração mais detalhada do que a que
está prevista.
Sharon teria de pedir o fim da
ocupação da Cisjordânia e da faixa de Gaza, iniciada após a guerra
árabe-israelense de 1967, e precisaria se comprometer com o esvaziamento dos assentamentos que
não foram implantados pelo governo israelense e sim por colonos judeus clandestinamente
-os palestinos e a comunidade
internacional consideram todos
os assentamentos ilegais. Sharon
tem rejeitado esse pedido.
Para os israelenses, uma declaração dessas causaria problemas
políticos a Sharon. Poderia até
mesmo interferir na capacidade
de Sharon de levar adiante a implementação do plano.
Porém, em reunião de gabinete
no domingo, Sharon disse a seus
ministros, muito deles identificado com os colonos judeus, que esse tema talvez faça parte da declaração, segundo informou uma
autoridade israelense.
As palavras que serão utilizadas
na declaração israelense ainda estão em negociação. Autoridades
familiarizadas com a discussão
dizem que Sharon deve endossar
a idéia de dois Estados, "um israelense e outro palestino, vivendo
lado a lado em paz e segurança".
Em vez da palavra "ocupação",
Sharon estaria disposto a utilizar
uma frase de declaração anterior,
segundo uma autoridade: "Israel
não pode governar outro povo".
Direito de retorno
Já os palestinos não precisarão
incluir em sua declaração uma
menção ao direito de Israel de
existir como "um Estado judeu",
conforme queriam autoridades
israelenses. Dessa forma, Israel
buscava minar qualquer tentativa
palestina de discutir o direito de
retorno dos refugiados palestinos
e seus descendentes [o que eliminaria o caráter judeu de Israel].
Mas os EUA não cederam à exigência israelense.
O direito de retorno, assim como outros temas delicados das
negociações, está previsto para
ser debatido só na terceira etapa
da implementação do plano.
Na declaração palestina, Mazen
deverá pedir um cessar-fogo incondicional [dos grupos terroristas], o fim do incitamento à violência contra israelenses e o reconhecimento do direito de Israel de
existir, mas não especificamente
como Estado judeu. Os palestinos, por conta própria, devem
mencionar o sofrimento dos judeus ao longo da história, disseram autoridades palestinas.
A declaração palestina já estaria
pronta, de acordo com o ministro
do Trabalho, Ghassan Khatib.
"Finalizamos o trabalho com os
americanos", disse.
A declaração de Sharon ainda
está sendo elaborada. Os israelenses ainda tentam eliminar a menção ao desmantelamento de assentamentos ilegais.
No encontro de amanhã, Bush
se reunirá primeiramente em separado com Mazen e Sharon. Depois haverá um encontro entre os
três. As declarações serão feitas
no final.
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