DO "NEW YORK TIMES"

Por engano, o governo americano tornou público ontem um relatório de 266 páginas marcadas como "altamente confidenciais", dotado de informações detalhadas sobre centenas de instalações do programa nuclear civil, além de mapas com a localização precisa dos pontos de armazenamento de combustível para armas atômicas.
Inicialmente apresentada numa newsletter dedicada a questões de sigilo federal, a informação motivou críticas sobre o risco que representava -a despeito de não contemplar informações militares.
No início da noite de ontem, após questionamentos do "New Tork Times", o documento foi removido de um site oficial do governo.
Especialistas disseram que os riscos de segurança são mínimos, porque grande parte da informação já era disponível para conhecimento público.
Mas David Albright, presidente do Instituto para Ciência e Segurança Internacional, entidade privada de Washington que rastreia a proliferação nuclear, ponderou que a divulgação dos pontos de estoque de combustível nuclear "pode fornecer a ladrões e terroristas informação privilegiada, que não corresponde ao tipo de dados para serem anunciados".
Até a noite de ontem, as causas para a divulgação do relatório permaneciam misteriosas. Em sua capa, o documento atribuía a publicação à Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Mas Lynne Weil, porta-voz do órgão, disse que a comissão "não publicou, tampouco tinha controle sobre a publicação" dos dados.
Gary Somerset, porta-voz da agência de publicações do governo, declarou que a repartição "produziu" o documento "sob procedimentos operacionais normais". E que a remoção do site aconteceu pois a medida anterior está sujeita a "avaliações posteriores".


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